POR DEBAIXO

Presidenciável do PDT, o ex-ministro Ciro Gomes chama atenção para um fato que intriga muitos brasileiros. "Temer já trocou um terço dos deputados da CCJ. Se isso é feito assim, à luz do dia, com cargos, aliciamento e dinheiro, imagina o que ele está fazendo por debaixo dos panos". Pois é, a patifaria só não deixa indignados justamente aqueles que têm a função de zelar pela ética e o decoro.

NO PENALTI

Semana de muita expectativa para a sociedade e de grande tensão para o presidente Temer, que joga duas cartadas decisivas. A principal é tentar se livrar do processo no STF. A previsão é de que a decisão na Câmara Federal seja tomada na quinta-feira. A outra é aprovar no plenário do Senado a reforma trabalhista, para ficar bem na fita com o grande capital e buscar uma sobrevida.

MESMA COISA

Com uma rejeição superior a 90%, menosprezado na reunião do G20, crise financeira devastadora, alvo principal das delações a serem feitas por Eduardo Cunha e Luiz Funaro, a situação de Temer agravou-se consideravelmente nos últimos dias. No entanto, substituí-lo por Rodrigo Maia (DEM-RJ) não muda nada. Significa apenas uma nova fase do golpismo. Sem falar que contra o presidente da Câmara Federal também pesam gravíssimas acusações na Lava Jato.

FINALIZAÇÃO

Com o fim do pagamento milionário para manter a boca fechada e no desespero para encurtar o tempo na prisão, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está concluindo o levantamento do material que vai ampará-lo na delação premiada. Promete apresentar muitas provas. O depoimento do ex-presidente da Câmara Federal, um dos principais protagonistas do golpe, pode apressar a queda de Temer e engaiolar muita gente. Inclusive na Bahia.

SABEM DEMAIS

Se for verdade a notícia de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o doleiro Lúcio Funaro, os dois presos pela Lava Jato, fizeram acordo de delação premiada e prometem começar a falar ainda esta semana, sem dúvida alguma a situação de Temer pode ficar insustentável. A prisão de Geddel  Vieira Lima também representa uma séria ameaça à sobrevivência política do presidente. Os três sabem demais.

SERVIÇO SUJO

Depois de anunciar que não iria, Temer confirma presença na reunião do G20, que acontece sexta-feira e sábado em Hamburgo, na Alemanha. No entanto, não terá nenhuma influência. O Brasil deixou de ser protagonista da história, como era na época de Lula e Dilma. Voltou à condição de teleguiado servil dos Estados Unidos. Afinal, um dos objetivos do golpe é sabotar o Brics, que reúne também Rússia, Índia, China e África do Sul, e terminou sendo decisivo no esvaziamento do G7 e no empoderamento do G20. O presidente brasileiro cumpre o papel sujo que lhe cabe.