EM DÚVIDA

A extrema direita nativa, sempre obtusa, aposta todas as fichas na criminalização do ex-presidente Lula. Insiste para que Sérgio Moro o condene logo. Queria para junho. Não aconteceu. Alvo de fortes denúncias de parcialidade e abuso de poder com repercussão internacional, sem provas que embasem a condenação do ex-presidente, o juiz da Lava Jato está perdido em dúvidas. A absolvição de Vaccari Neto pelo TRF o deixou ainda mais balançado.

UMA AFRONTA

Na sexta-feira, dia da greve geral, duas instituições de peso da sociedade brasileira demonstraram estar em lados completamente opostos. Enquanto a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) manifestava apoio à resistência popular, no STF duas decisões escandalizaram a nação. O ministro Marco Aurélio Mello devolveu o mandato de senador a Aécio Neves (PSDB-MG) e Edson Fachin mandou soltar o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).  Não precisa dizer mais nada.

HÁ CONTESTAÇÃO

A decisão do relator do STF na Lava Jato, ministro Edson Fachin, de pedir autorização do Parlamento antes de ouvir a defesa prévia de Temer, acusado de corrupção passiva em denúncia da Procuradoria Geral da República, tem sido alvo de muita contestação. No mundo político e jurídico. A presidenta do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, enviou desde ontem a denúncia para o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ).  A tendência é a Casa negar.

TUDO GOLPISTA

O Brasil assiste, indignado, as baixarias resultantes das fraturas e cisões entre as elites que deram o golpe ano passado. As divergências entre Gilmar Mendes, Rodrigo Janot, Temer, Moro, Dallagnol, a força tarefa da Lava Jato, Rede Globo, Veja, Estadão, Folha e muitas outras pessoas físicas e jurídicas golpistas têm origem na repartição do furto. Cada um querendo fatia maior no poder que eles assaltaram com a farsa do impeachment. Dá nojo.

BOA LIÇÃO

A decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, sediado em Porto Alegre (RS), de absolver o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, sentenciado a mais de 15 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, é mais uma desmoralização para a Lava Jato. E a tendência é acontecer o mesmo com outros, condenados sem qualquer prova objetiva. Uma lição para os Dallagnol da vida. Convicção só não basta para condenar.

NA MORAL

Sinceramente, não há como respeitar um Senado onde o Conselho de Ética, cuja função nuclear é justamente zelar pelo decoro, arquiva o pedido de cassação de Aécio Neves (PSDB-MG). O senador, que está com o mandato suspenso pelo STF, foi flagrado em crimes de obstrução da Justiça, cobrança de propina e plano para assassinato. Um Congresso desse não tem a menor autoridade para votar nada, muito menos reformas que retiram direitos dos trabalhadores, do povo. É um Parlamento desmoralizado.