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Política

Em 31 de outubro de 2022, Lula era eleito pela terceira vez, na disputa mais acirrada da história Em 31 de outubro de 2022, Lula era eleito pela terceira vez, na disputa mais acirrada da história

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou nesta segunda-feira (30) um ano da sua vitória eleitoral contra Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2022. Naquele 30 de outubro, pouco antes das 20h, a vitória de Lula foi confirmada matematicamente, na eleição mais acirrada da história. Assim, duas décadas depois da sua primeira vitória, em 2002, o povo brasileiro escolhia o líder petista pela terceira vez.

Pelas redes sociais, Lula enalteceu a democracia e celebrou conquistas do seu terceiro governo.

Há um ano, em pronunciamento logo após a vitória, Lula falou em paz, democracia e oportunidade. “Vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, não apenas para os que votaram em mim. Somos um único povo. Este país precisa de paz e união. Este povo está cansado de enxergar no outro um inimigo. É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido empunhadas”. E lembrou que as cores verde e amarela pertencem a todos.

Na ocasião, o presidente eleito também destacou a necessidade de “reconstruir” o país. Assim, ainda antes de tomar posse, Lula começou a trabalhar pela aprovação da PEC da Transição, como o texto ficou conhecido.

Com a proposta aprovada em dezembro, Lula tomou posse em 1º de janeiro em condições de bancar o Bolsa Família de R$ 600 mais R$ 150 por filho até 6 anos – e com a volta de condicionantes como crianças estarem na escola, se alimentarem, terem a vacinação em dia. Além disso, a aprovação da proposta também permitiu restabelecer serviços essenciais abandonados pelo governo anterior, como o Auxílio Gás e a Farmácia Popular.

Disputa mais acirrada da história

A disputa foi marcada pelos ataques do então presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral, ameaçando inclusive a própria democracia. Como de costume, o bolsonarismo também abusou das fake news. Além disso, seu governo fez uso indiscriminado da máquina pública, distribuindo recursos de maneira indiscriminada, com o objetivo de “comprar” a eleição.

Os eleitores foram às urnas ainda marcados pela tragédia da pandemia, quando Bolsonaro fez tudo ao contrário do que dizia a ciência. Como resultado, mais de 700 mil brasileiros morreram em função da conduta negacionista do governo. Ao mesmo tempo, o governo atuava para destruir o Estado, nas mais diversas áreas – Educação, Cultura, Meio Ambiente, Ciências, Políticas Sociais, dentre tantas.

Bolsonaro e seus aliados utilizaram até mesmo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o acesso dos eleitores às urnas, principalmente no Nordeste, justamente no dia da votação do segundo turno. Ainda assim, Lula obteve 50,90% dos votos válidos, contra 49,10% de Bolsonaro – uma diferença de cerca de 2 milhões de votos.

Um ano depois, os avanços em 12 áreas

Combate à fome


Assim, 12 meses depois, o PT também divulgou um balanço das ações do governo Lula em 12 áreas. Um dos principais compromissos da atual gestão é tirar o novamente Brasil do Mapa da Fome até 2030. Nesse sentido, Lula reativou o Conselho de Segurança Alimentar (Consea) e lançou o programa Brasil Sem Fome, que garante alimentação saudável e nutritiva na mesa de cada vez mais brasileiros.

Em outubro, o Bolsa Família chegou à marca de 21,4 milhões de famílias atendidas, com investimentos de mais de R$ 14 bilhões. Desde o seu relançamento, em março deste ano, o programa incluiu 2 milhões e 390 mil famílias. Desconfigurado pela gestão anterior, o programa completou 20 anos na semana passada totalmente reconstituído e atendendo a quem precisa com toda a sua nova cesta de benefícios.

Com Bolsonaro, 33,1 milhões de pessoas não tinham o que comer no país, de acordo com levantamento divulgado em junho de 2022 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). O número de brasileiros em situação de fome aumentou em 14 milhões em pouco mais de um ano. Naquele momento, mais da metade (58,7%) da população convive com a insegurança alimentar em algum grau, seja leve, moderado ou grave.

Educação

O governo está colocando de pé o maior projeto de retomada de obras na educação do país. São quase 3 mil empreendimentos, em todo o país, que constam no Pacto Nacional pela Retomada das Obras nas Escolas. Agora, o projeto de lei que saiu do Congresso ampliou o número de obras para 5.662.

A atual gestão também reajustou em até 39% os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) – que estavam defasados há cinco anos – beneficiando 40 milhões de alunos de cerca de 150 mil escolas públicas.

Além disso, o Programa Escola em Tempo Integral vai ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral nas escolas de educação básica já em 2024, com investimentos de R$ 4 bilhões. Serão 3,2 milhões de novas matrículas até 2026. Já com a Estratégia Nacional Escolas Conectadas, o governo federal vai garantir acesso à internet de qualidade há quase 140 mil escolas de educação básica no Brasil.

Com Bolsonaro, haveria redução de 34% no orçamento para Educação para este ano. No Projeto de Lei Orçamentária (PLO), a gestão anterior previa apenas R$ 5,2 bilhões, bem abaixo dos R$ 7,9 bilhões — em valores corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) — proposto pelo governo Temer, ainda em 2019.

Saúde

Apenas seis meses após ser relançado, o programa Mais Médicos bateu o recorde histórico de profissionais contratados com 21 mil médicos na atenção primária de saúde em todo o Brasil. Hoje o programa atende mais de 4.100 mil municípios, com maior concentração de médicos nas periferias, interior do país e regiões pobres. A expectativa é de que até o final do ano 28 mil profissionais estejam atuando pelo programa.

Outro programa retomado foi o Farmácia Popular, que oferece medicamentos gratuitos para tratamento de diabetes, asma e hipertensão e – de forma subsidiada (copagamento) – para dislipidemia, rinite, doença de Parkinson, osteoporose, glaucoma, anticoncepção e fraldas geriátricas.

Bolsonaro se elegeu prometendo criar o programa Médicos pelo Brasil, para substituir o Mais Médicos. No entanto, demorou mais de três anos para implementar o programa, com os primeiros médicos contratados apenas em abril de 2022. Ao final do governo, menos de 5 mil vagas haviam sido preenchidas.

Meio ambiente

Com a ministra Marina Silva à frente do ministério, os órgão ambientais estão sendo reerguidos, a fiscalização fortalecida e o protagonismo internacional do país volta a existir. Por exemplo, o Brasil se prepara para sediar a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, a COP-30, em 2025.

Ao mesmo tempo, de janeiro a setembro, os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 49,4%, chegando ao menor número desde 2017, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Quando se observa só o estado do Amazonas, a redução no desmatamento foi ainda maior no mesmo período: 64,4%.

Com Bolsonaro, o país era era visto como um pária internacional devido aos ataques sistemáticos do governo ao meio ambiente. As queimadas bateram recorde após recorde. E o ex-ministro Ricardo Salles defendia que o governo “passasse a boiada” e aprovasse leis que favoreciam o desmatamento. Acabou investigado por apoiar o tráfico ilegal de madeira.

Situação financeira das famílias

Aprovado por oito em cada dez brasileiros, o programa Desenrola Brasil já zerou 10 milhões de registros de dívidas de até R$ 100. Para pessoas com renda de até R$ 20 mil foram renegociados mais de R$ 15,8 bilhões em dívidas diretamente com os bancos, beneficiando quase 2 milhões de pessoas.

Agora, na nova fase, o programa Desenrola vai beneficiar mais de 32 milhões de pessoas, que ganham até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no CadÚnico, com desconto médio de 83%, para pagar as contas de luz, água, compras no varejo, dívidas de educação, entre outras. São pais, mães e jovens que estão tirando um grande peso das costas e podendo voltar a dormir em paz novamente.

Com Bolsonaro, o endividamento atingiu 77,9% das famílias brasileiras em 2022, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada em janeiro de 2023 pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O número representa um recorde da série iniciada em 2010, sendo o 4º aumento anual consecutivo.

Cultura

Na cultura, o governo Lula vem garantindo o maior volume de recursos da história para o setor. Só em 2023, são R$ 3,8 bilhões da Lei Paulo Gustavo. Nesta semana, a ministra Margareth Menezes lançou a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura que vai destinar R$ 15 bilhões para todo o território nacional até 2027. O Novo PAC também reservou R$ 1,4 bilhão para ações de infraestrutura de equipamentos culturais e Patrimônio Histórico.

Bolsonaro, por outro lado, havia transformado o ministério da Cultura em uma secretária. Ao mesmo tempo, os recursos minguaram. Em 2021, foi autorizado cerca de R$ 1,4 bilhão para a área, caindo para R$1,2 bilhão no último ano do governo de Bolsonaro. Ao todo, os investimentos da União em cultura caíram 63%, em relação ao 2018, durante a gestão anterior.

Trabalho e emprego

Os dados do Caged, que registram a criação dos empregos formais no país, demonstram que, desde o início do ano, até agosto, o Brasil já gerou 1,39 milhão de vagas com carteira assinada. A taxa de desemprego no Brasil caiu a 7,8% no trimestre encerrado em agosto de 2023, menor que no trimestre anterior.  É o menor índice registrado desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%.

Além disso, o Dieese também mostrou que, entre janeiro e setembro, 78% das negociações coletivas resultaram em reajustes acima da inflação. No ano passado, neste mesmo período, foram 49% apenas.

Com Bolsonaro, o país registrou as duas maiores taxas de desemprego da série histórica da Pnad Contínua: 13,8% em 2020 e 13,2% em 2021, período de pandemia e flexibilização crescente das modalidades de contratação. A menor continua sendo a registrada em 2014 (6,9%), durante o governo Dilma.

Infraestrutura

O Novo PAC vai investir cerca de R$ 1,7 trilhão em todos os estados, sendo mais de R$ 1,3 trilhão até 2026 e mais de R$ 300 bilhões após 2026. O Novo PAC representa o esforço conjunto para reduzir desigualdades sociais e regionais e o comprometimento com a transição ecológica, neoindustrialização e crescimento com inclusão social.

Com Bolsonaro, os investimentos em obras caíram para o menor nível da série histórica. De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), a gestão anterior deixou 14 mil obras paradas em todo o país – mais de 4 mil delas na área da Educação, como creches, escolas e quadras esportivas.

Poder de compra

Com o governo Lula, a valorização do salário mínimo agora é lei. Assim, partir de janeiro de 2024 o reajuste volta a ser baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais a variação positiva do PIB de dois anos antes. Além disso, o governo também aprovou a a lei que atualiza a tabela do Imposto de Renda, com isenção para quem tem renda mensal de até R$ 2.640. A faixa de isenção do IR estava congelada, desde 2015.

As pessoas também já estão sentindo os efeitos positivos do controle da inflação, que chegou à mesa das famílias, com queda nos preços dos alimentos. Com a inflação sob controle, o Copom reduziu pelo segundo mês consecutivo a taxa básica de juros, saindo de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. O índice chega ao menor patamar dos últimos 16 meses.

No governo Bolsonaro, salário mínimo perdeu poder de compra pela primeira vez desde o Plano Real. Com a disparada da inflação, a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) chegou a 31,3% entre janeiro de 2019 e junho de 2022, de acordo com cálculos realizados pelo Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).

Agricultura

O Governo lançou o Plano Safra 2023/2024 com o maior volume de recursos da história. Ao mesmo tempo, destinou R$ 71,6 bilhões em crédito rural para a agricultura familiar, o Pronaf. Também houve redução da taxa de juros para compra de maquinário, pelo Mais Alimentos, para quem produzir alimentos como arroz, feijão, mandioca, tomate, leite e ovos, e para mulheres.

Do mesmo modo, os médios e grandes produtores rurais também receberam o maior Plano Safra da história, com R$ 364,22 bilhões, um aumento de 28% em relação à safra anterior. Além disso, as políticas para o campo buscam assegurar melhores condições de crédito para quem adota práticas agropecuárias sustentáveis.

Assim, o novo Plano Safra supera em 27% os investimentos do último ano do governo Bolsonaro. Por outro lado, a gestão anterior praticamente abandonou a agricultura familiar, contribuindo para que os alimentos ficassem mais caros.

Ciência e Tecnologia

Logo nos primeiros seis meses de gestão, o governo Lula repassou R$ 2,44 bilhões para o fortalecimento do ensino superior, profissional e tecnológico. Além disso, a atual gestão pretende investir R$ 730 milhões para atender obras e ações, como residência médica e multiprofissional, bolsas de permanência, dentre outros.

Ao mesmo tempo, também houve reajuste para 258 mil bolsistas da Capes e do CNPq, após uma década de bolsas congeladas. Lula também recompôs integralmente os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDTC). Neste ano, o fundo conta com R$ 9,6 bilhões para investimentos em áreas estratégicas.

Com Bolsonaro, houve corte de 45% das verbas de custeio das universidades federais. Ao mesmo tempo, os investimentos no setor caíram pela metade, de acordo com levantamento do movimento “Sou Ciência” (Centro de Estudos, Sociedade e Ciência da Universidade Federal de São Paulo), em parceria com o Instituto Serrapilheira.

Habitação

Relançado em 2023, o Minha Casa, Minha Vida tem como meta contratar 2 milhões de novas unidades até 2026. Somente neste ano, o Ministério das Cidades pretende contratar a construção de mais de 450 mil unidades, em todo o País. Para 2024, o governo reservou R$ 13,7 bilhões na proposta de orçamento para o programa. No último mês, o Minha Casa, Minha Vida isentou as prestações para os beneficiários do Bolsa Família e do  Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Ao mesmo tempo, Caixa Econômica Federal já registrou a marca histórica de R$ 700 bilhões em carteira ativa de crédito imobiliário neste ano. São 6,6 milhões de contratos, o que representa um crescimento de 9,56% em relação ao fechamento do ano de 2022, quando a carteira totalizava R$ 638,9 bilhões. Em 2023, até setembro, foram concedidos R$ 128,3 bilhões em crédito imobiliário. A estimativa é que, até o fim de dezembro, cerca de 675 mil famílias estejam com a casa nova.

Bolsonaro, por outro lado, simplesmente acabou com o Minha Casa Minha Vida. Seu governo colocou no lugar o programa chamado Casa Verde Amarela que teve resultados insignificantes. Para se ter uma ideia, a proposta de Orçamento para o ano de 2023, enviada pelo governo anterior, previa R$ 34,1 milhões para a iniciativa, valor 95% menor do que o empenhado em 2022. Além disso, Bolsonaro acabou com o financiamento para as famílias mais pobres, justamente as que mais precisam.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou nesta segunda-feira (30) um ano da sua vitória eleitoral contra Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2022. Naquele 30 de outubro, pouco antes das 20h, a vitória de Lula foi confirmada matematicamente, na eleição mais acirrada da história. Assim, duas décadas depois da sua primeira vitória, em 2002, o povo brasileiro escolhia o líder petista pela terceira vez.

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