Um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente ontem após confessar ter matado um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com golpes de faca e machado na cidade de Confresa, no estado de Mato Grosso, depois de uma discussão política.
A vítima é Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, e o suspeito é um homem de 24 anos, identificado como Rafael Silva de Oliveira.
"Eles estavam sozinhos na casa da chácara onde trabalham, não eram amigos. Em determinado momento, começaram uma discussão sobre política", contou o delegado Oliveira, em entrevista ao UOL.
"O lulista deu um soco no queixo do bolsonarista, que revidou. A vítima então pegou uma faca e partiu para cima do bolsonarista, que conseguiu tomar a faca e correu atrás dele. O lulista conseguiu correr, mas foi alcançado pelo suspeito e esfaqueado", acrescentou o delegado.
Segundo o boletim de ocorrência, Rafael de Oliveira, ao confessar o crime, disse que o cometeu porque "saiu de si". Após os primeiros golpes, ele deu mais facadas em Benedito dos Santos e ainda tentou decapitá-lo usando um machado e aplicando um golpe na altura da garganta.
"O golpe fatal foi no pescoço. Ele escondeu as armas do crime e foi para a cidade. A Polícia Civil autuou em flagrante por homicídio duplamente qualificado, meio cruel."
Ele é acusado de homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel. O UOL tenta localizar a defesa de Rafael de Oliveira.
Crime ocorreu em uma chácara De acordo com o boletim de ocorrência registrado na polícia, o caso ocorreu em uma chácara na zona rural de Confresa e foi relatado por um funcionário do mesmo local onde a vítima trabalhava.
A faca e o machado foram encontrados perto do corpo da vítima. Ainda de acordo com o delegado, o suspeito saiu do local do crime e procurou um hospital, porque estava com um ferimento na mão.
"No hospital, a Polícia Militar suspeitou do caso. Já tinham conhecimento de uma vítima morta na chácara. A Polícia Civil começou a realizar diligências, localizaram a arma do crime, uma faca e um machado."
Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito chegou a dizer a um dos funcionários da chácara que encontrou o corpo na manhã seguinte ao crime e que dois homens tinham matado a vítima e conseguiram escapar.
Essa testemunha achou a história estranha e sem nexo e resolveu contar para a patroa. Ele chegou a pedir dinheiro para a patroa, que também achou estranho e acionou a Polícia Militar.
O suspeito Rafael Oliveira trabalhava com serviços gerais na fazenda havia aproximadamente um mês.
Oliveira estava preso em flagrante, mas teve a detenção convertida em preventiva, pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara da Comarca de Porto Alegre do Norte.
Segundo o juiz, ficaram comprovados "requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva em face do custodiado", após a polícia sustentar que "há prova da existência do crime", "indícios suficientes de autoria" e "perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado".
"A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie. Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável", afirmou o juiz Menezes, na decisão que converteu a prisão do suspeito em preventiva.
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