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'...Mas nada disso foi lembrado, nem pela campanha petista, nem por grande parte da população' - Foto: Ilustração'...Mas nada disso foi lembrado, nem pela campanha petista, nem por grande parte da população' - Foto: Ilustração

Provavelmente essa é a frase mais repetida nos processos eleitorais da última década: “a culpa do PT”. E, verdade seja dita, na esmagadora maioria das vezes em que essa frase é utilizada, a culpa não é do PT: é mais uma estratégia eleitoreira da Direita que tem dado certo. Porém, dessa vez, sim, a culpa é toda do PT, haja vista a dificuldade que o Partido tem de manter seus feitos vivo na memória do povo.

Afinal, o que justifica (apenas) dois anos após eleições presidenciais na qual Lula (PT) teve um desempenho tão bom em Camaçari, o PT local não conseguir “transferir” os votos do seu líder maior para o líder no município, mesmo com mais de um ano de pré-campanha?

Em 2022, Lula teve 96.759 votos em Camaçari, 64,77% dos votos válidos, enquanto Jair Bolsonaro, líder da direita, inclusive no município, teve 41.549, 27,81% dos votos válidos, menos da metade que teve o agora presidente da Republica. Na época, o município contava com 149.384 eleitores aptos, hoje são 205.865, um total de 56.481 votos a mais. Mesmo assim, a cidade não apenas terá segundo turno na disputa para prefeito, como a votação do primeiro turno foi apertadíssima, com uma diferença de ínfimos 559 votos. 

Enquanto a Direita municipal conseguiu executar bem a estratégia de descolar a imagem de Flávio Matos (União) de todas as figuras que poderiam lhe custar a eleição, a esquerda ficou atrás, muito atrás, tanto em reverter a narrativa quanto em se posicionar bem na mente e no coração do eleitorado.

Flávio Matos, que nem mesmo tem Matos no sobrenome, conseguiu se descolar até mesmo do legado político do pai, histórica figura do “centrão” camaçariense, que fez parte de todos os governos, fosse de direita ou de esquerda. Com o slogan de “novo”, fez a população esquecer que de novo ele não tem nada: além do já citado histórico familiar, Matos - o filho, passou seus oito anos de mandato como vereador e dois na presidência da Câmara apenas assinando embaixo de tudo que o prefeito Elinaldo quis fazer. 

Além de não fiscalizar - o que já é comportamento comum nos vereadores de direita quando são governo - ele também não propôs nada de susbtancial para o município. Se estivesse no famigerado Big Brother Brasil, teria sido considerado “uma planta”. Mas a plantinha azul, muito bem assessorada e aparelhada, cresceu e conseguiu convencer a população que mesmo sendo a plantinha preferida do prefeito Elinaldo Araújo (União) seria o novo, a esperança de mudança. Mais ainda: conseguiu desvincular sua imagem da de Bolsonaro, claramente persona non grata em Camaçari, mas apoiada por ambos, prefeito e plantinha.

Enquanto isso, o PT local passou a pelo menos 20.000 votos de distância de vincular a imagem de Caetano à Lula, e mais ainda de relembrar a população dos benefícios que colhe até hoje pelas gestões do petista entre 2004 e 2012. Um bom exemplo disso são as milhares de pessoas beneficiárias do Bolsa Família que são profundamente gratas a Lula (Não sendo de mais lembrar de quando o então secretário da extinta Secretaria de Combate à Pobreza (SECOP) Téo Ribeiro (PT), elevou os menos de 2.500 inscritos no Programa, que havia encontrado na Pasta - herança do então prefeito Helder Almeida, para 23 mil famílias beneficiadas quando deixou a Secretaria), mas declararam votar em Flávio Matos e, pior ainda, moradores de casas do Minha Casa Minha Vida - todas elas trazidas para o município e entregues na gestão de Caetano, declarando que votariam em Matos-o-filho porque, dizem eles - isso levados pelo oba-oba da Direita, que “Caetano nunca fez nada de bom pelo município”. Na lista do “nada de bom”, além das mais de milhares e milhares de unidades do Bolsa Família, tem a Cidade do Saber; o transporte universitário; a Bolsa Universitária; o aumento da quantidade de UPA’s e USF’s; a construção das unidades do CEO (Centro de Especialidades Odontológicas); o asfaltamento de centenas de ruas na sede e na orla; inclusive vias de acesso ao município; a construção de escolas e reforma de outras dezenas; a construção de tantas praças, a exemplo da Praça dos 46, cujo local que antes era um lamaçal intransitável nos tempos de tempo de chuva; a reforma de outras tantas, como a praça Abrantes, que até então era um lixão a céu aberto e se tornou um belo cartão postal; a requalificação urbana de Arembepe, e por aí vai... 

E talvez ainda o maior legado de Caetano, ao lado da Cidade do Saber: tirar Camaçari do triste posto de quintal de Salvador para alçá-la a condição de segunda cidade mais importante do Estado. 

Mas nada disso foi lembrado, nem pela campanha petista, nem por grande parte da população. Mas todo mundo que trabalha com política e com comunicação sabe que a memória do povo é fraca. Então, se o povo não lembra, a culpa é do PT sim, que não conseguiu refrescar as mentes e tocar os corações e liquidar a fatura. Agora, quem sabe...

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