Debate eleitoral com candidatos à Prefeitura de Camaçari (Fotos: Reprodução/iBahia)
Os três candidatos à prefeitura de Camaçari cujos partidos têm pelo menos cinco representantes no Congresso Nacional participaram do debate promovido pela Rede Bahia nesta segunda-feira (02) e, durante cerca de 1h20, o que mais fizeram foi trocar farpas e ataques.
Se a população esperava ver propostas e debate de ideias sobre o desenvolvimento da cidade, bem como a solução de problemas cotidianos, como acesso a saúde e a segurança, por exemplo, ficou na vontade, já que tanto Flávio Matos (União) quanto Luiz Caetano (PT) se dedicaram quase integralmente a fugir das perguntas e declamar acusações que pareciam tanto decoradas quanto focadas em gerar recortes de vídeo para as redes sociais.
Flávio Matos
Flávio Matos evitou responder diretamente à maioria das perguntas, fugiu do assunto e gastou muito do seu tempo mostrando que decorou os nomes de algumas moradoras de bairros mais afastados do centro, além de atacar “o governo anterior” o acusando de ter sucateado a cidade inteira: saúde, educação, transporte, geração de emprego…
Se fosse um debate sério, talvez alguém tivesse perguntado se tais acusações eram um reconhecimento da incapacidade do prefeito Eliminado Araújo (União), padrinho político do candidato, há oito anos no poder.
A novidade do debate talvez tenha sido Flávio se afirmar, embora indiretamente, como alguém que vai continuar o trabalho de Elinaldo, ao contrário de todo seu discurso de campanha, no qual ele fala em mudança.
A fala mais repetida por Flávio Matos durante todo o debate, inclusive nas considerações finais, foi acusar os oponentes de corrupção. “Mais uma vez é tudo mais do mesmo. Um que foi secretário acostumado com o poder e tem o seu líder que o envergonhou com malas de dinheiro. A única diferença é que esse nos envergonhou com caixa de sapato. Nós precisamos de um prefeito que cuide da cidade, que não se envolva em escândalos de corrupção”, disse Flávio, se referindo a acusações tão antigas quanto à prisão de Elinaldo por envolvimento com a contravenção e outras ilegalidades.
Caetano
Com ataques menos forçados, mas ainda dedicando muito do seu tempo a atacar e se defender, Caetano também fugiu do tema das maiorias das perguntas e repetiu discursos já conhecidos do eleitorado, como afirmar que “Flávio é Elinaldo de novo”, que “Flávio e Elinaldo destruíram a saúde” e a Cidade do Saber, e que ele, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues e do presidente Lula trará diversos benefícios para a cidade.
Além disso, Caetano também relembrou feitos das suas gestões anteriores. “No meu governo, Camaçari era considerada a cidade-mãe, a cidade das oportunidades, onde as pessoas tinham orgulho de viver em Camaçari. Ganhei vários prêmios e fiz diversas obras. Melhorei a saúde, melhorei a educação, fiz a Cidade do Saber e o que é que vocês fizeram durante oito anos de governo? Praticamente nada. A cidade está arrasada”
Oswaldinho
Oswaldinho (MDB) foi o único que conseguiu equilibrar bem entre atacar, se defender e apresentar propostas. Falou com clareza sobre como pretende integrar o sistema viário de Camaçari ao metrô de Salvador, sobre o hospital municipal e, segundo ele, a disponibilidade de recursos para construção do equipamento, e a inexistência de uma orla no município, que tem litoral, mas sem infraestrutura adequada.
Foi o próprio Oswaldinho, também, que resumiu a dinâmica do debate: “Eles não disputam para ver quem fez mais, qual grupo realizou mais. É sempre quem fez menos, quem roubou mais, quem desviou mais, quem foi o mais incompetente, quem foi o mais omisso”, apontou.
O saldo final do debate foram 07 postagens de recorte nas redes socias de Flávio, duas nas redes sociais de Caetano e duas nas de Oswaldinho.
Quem gosta de ver embate, vai considerar cada um seu próprio vencedor. Quem queria ver propostas vai ter que esperar pelo próximo…
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