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(Foto: Reprodução)(Foto: Reprodução)

Soldados dispararam 257 vezes naquela data; Valor milionário não cobre a falta de um ente querido

A família do músico Evaldo Rosa dos Santos, executado com dezenas de tiros em 2019 por soldados do Exército na zona norte do Rio de Janeiro, durante intervenção federal na cidade, finalmente será indenizada. O valor a ser recebido, de R$ 2 milhões, não repara a falta do ente querido.

Em acordo entre os familiares e a Advocacia-Geral da União, foi decidido que o filho, a esposa, o pai e os irmãos do músico serão indenizados. A esposa e o filho de Evaldo também receberão pensão de um salário mínimo e meio cada.

Para Débora Lerner, coordenadora-regional de Negociação da União da 2ª Região, o acordo feito entre a AGU e a família de Evaldo é um "importante passo para a promoção da justiça, da consolidação dos valores democráticos e do respeito aos direitos humanos".

Apesar do crime ter ficado conhecido como "80 tiros", por conta do número de disparos que o veículo que Evaldo dirigia recebeu dos militares, os números balísticos são ainda mais amplos. Ao todo, os soldados dispararam naquela data 257 vezes, com fuzis e pistolas. 62 balas atingiram o carro da família de Evaldo, das quais 9 o acertaram em cheio, matando-o instantaneamente.

Oito militares foram condenados a penas que variam de 28 a 31 anos e meio de prisão em regime fechado pelo crime. Todos foram expulsos do Exército.

Outra vítima da ação foi o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, executado pelos militares enquanto tentava socorrer Evaldo e sua família. No último mês de abril, sua família fechou um acordo e será indenizada em R$ 841 mil.

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