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Deputadas Ivana Bastos, Jumari Oliveira, Olívia Santana e a vereadora Ana Vitória (Foto: Raphael Muller e Levi Vasconcelos/Ag. A TARDE; Divulgação/ALBA)Deputadas Ivana Bastos, Jumari Oliveira, Olívia Santana e a vereadora Ana Vitória (Foto: Raphael Muller e Levi Vasconcelos/Ag. A TARDE; Divulgação/ALBA)

Quando se trata de defender políticas do gênero ou as agressões cotidianas, elas deixam as diferenças de lado e viram uma só voz

As 10 mulheres deputadas estaduais hoje na Bahia são de esquerda, centro e direita, mas quando se trata de defender políticas do gênero ou as agressões cotidianas contra elas, deixam todas as diferenças de lado e viram uma só voz.

A indignação com o caso do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, filmado estuprando uma paciente na sala de parto, chocou o país pelo acúmulo de estupidez num mesmo ato.

Elas evocam dados tenebrosos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No Brasil, ano passado 56 mil e 98 mulheres foram estupradas, algo espantoso, um estupro a cada 10 minutos. O número de feminicídios também é aterrorizante: 1.319 no ano passado, um a cada sete horas.

Machismo — Se o cenário é esse, por que as mulheres, tão estimuladas que são, não participam mais da política, a fim de virar o jogo em que elas só perdem? A deputada Ivana Bastos (PSD) é curta e certeira:

Vivemos num país ma- chista. E ainda teremos longa estrada até superar isso.

Olívia Santana (PCdoB) vai na mesma pegada:

As mulheres sempre foram, secularmente, relegadas a segundo plano. Só tiveram direito a voto no Brasil a partir de 1932. Há  enorme descompasso também com os partidos, que só priorizam os homens.

Jusmari Oliveira, que junto com o marido é produtora de soja no oeste da Bahia, ela que já foi prefeita de Barreiras, diz que a discriminação é  visível, embora faça uma ressalva com o agronegócio.

O Agro está saindo disso. Vemos muitas mulheres administrando fazendas, mas não passa daí. No conjunto, a discriminação é total. Eu, como prefeita de Barreiras, sofri horrores só por ser mulher.

Sexismo — Ana Vitória, 23 anos, advogada, vereadora em São Felipe, no Recôncavo, apesar da pouca idade fala do assunto como conhecedora.

Antigamente a moça que estudava era vadia, mocinha mal afamada. Passava-se a ideia de que a mulher é para criar filhos e tratar o marido como se fosse uma mãe, sem falar que só nos olham  com o  olhar sexista

O detalhe é que as mulheres que estão na política têm uma consciência tão marcante que das 10  deputadas estaduais hoje na Bahia , três são do PT de Lula, uma, Talita Oliveira, do PL de Bolsonaro. Mas quando o assunto é mulher, elas jogam as diferenças de lado e o discurso é único.

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