A jornalista Ângela Guimarães se sente mais disposta, com o paladar mais apurado e qualidade de vida muito melhor desde que largou o cigarro há nove anos. No Dia Nacional do Combate ao Fumo, celebrado hoje, a experiência de Ângela ilustra os benefícios de abandonar o vício.
O tabagismo está associado a vários tipos de câncer, incluindo câncer de pulmão, boca, garganta, laringe e esôfago. Também aumenta o risco de câncer de bexiga, pâncreas, rim e fígado. Além disso, o tabaco está relacionado ao câncer de estômago e colo do útero e pode contribuir para o desenvolvimento de leucemia. O câncer de pulmão é uma das doenças oncológicas mais mortais no mundo, responsável por cerca de 1,8 milhão de óbitos anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O tabagismo é a principal causa de morte evitável no planeta. Ele não só causa câncer, mas também causa doenças cardiovasculares como infarto e o AVC.”, explica a oncologista Aknar Calabrich.
No início, Ângela lembra que não acreditava que era viciada. “Eu acreditava que não tinha um vício real, pois conseguia passar alguns dias sem fumar, e só o fazia em festas”. No entanto, ao completar 22 anos, ela percebeu que o vício estava mais presente. “Foi só quando engravidei que consegui parar de fumar por um ano. Mas, infelizmente, tive uma recaída e voltei depois desse período”, conta.
A oncologista destaca que parar de fumar é uma parte difícil do processo devido à dependência. “O cigarro não é fácil de parar, pois além da dependência química da nicotina, existe a psicológica do ato de fumar. É necessário muitas vezes buscar ajuda médica e psicológica”.
Após outra recaída, Ângela encontrou apoio em um programa da Secretaria de Saúde da Bahia. “Entrei em um programa voltado para fumantes que desejavam deixar o vício e utilizei adesivos de nicotina, o que me ajudou a parar de fumar por quase 2 anos”, conta Ângela. No entanto, a decisão que mudaria sua vida para sempre veio há 9 anos. “Fiquei hospitalizada por cinco dias, dois deles em UTI, e decidi que não iria mais fumar”.
Reinvenção
A pneumologista Fernanda Aguiar explica que os cigarros eletrônicos ou vapes contêm uma quantidade de nicotina maior que o cigarro convencional, o que estabelece a dependência mais intensa. “Além dos problemas pulmonares e cardiovasculares, o uso de cigarros eletrônicos está associado a maior risco de câncer de pulmão”.
A pneumologista, Fernanda Aguiar, conta que “ao parar de fumar, de imediato, é possível perceber melhora na tosse, no fôlego, a frequência cardíaca fica mais baixa, a pressão arterial também e vai normalizando os níveis de oxigênio no sangue”.
A longo prazo, dentro de 5 a 15 anos, o risco de AVC é reduzido ao de um não fumante. Em 10 anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão é cerca de metade da de um fumante. Além disso, em 15 anos, o risco de doença cardíaca é igual ao de um não fumante.
Programas de apoio
A Secretaria de Saúde de Salvador (SMS) ampliou o Programa Municipal de Controle do Tabagismo (PMCT) para ajudar quem deseja parar de fumar, aumentando o número de unidades de 20 para 46 em 2024.
O programa oferece acompanhamento clínico e tratamento medicamentoso. Os interessados podem acessar o programa apresentando RG e cartão do
SUS em uma das unidades do PMCT. A meta é expandir para 80 postos até o final do ano.
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