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Malafaia prega impeachment de Moraes; Bolsonaro chora e pede palmas para Musk, o 'mito da liberdade' De forma covarde, Bolsonaro se vitimizou e terceirizou ataques em ato no Rio a Silas Malafaia, que chamou Rodrigo Pacheco de Malafaia prega impeachment de Moraes; Bolsonaro chora e pede palmas para Musk, o 'mito da liberdade' De forma covarde, Bolsonaro se vitimizou e terceirizou ataques em ato no Rio a Silas Malafaia, que chamou Rodrigo Pacheco de

Em discurso com efeitos sonoros em tom apocalíptico, o pastor Silas Malafaia pregou abertamente o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e fez com que Jair Bolsonaro (PL) caísse no choro ao listar quatro previsões que acredita que ocorrerá em um futuro próximo no Brasil.

 

"Agora vou falar o que acredito, permitam-me usar a minha fé, eu digo Deus, em nome de Jesus, uma dessas coisas vai acontecer no Brasil", anunciou Malafaia, como se estivesse em seus templos.

"[Primeiro] Uma intervenção da Justiça divina direta. Segundo: pressão do povo sobre senadores. Terceiro: a maioria dos senadores vão tomar vergonha na cara e pedir o impeachment de Alexandre de Moraes. Quarto: virão à tona, ainda, fatos que estão escondidos e guardados e não vai dar escape a Alexandre de Moraes", disse o "conselheiro espiritual" de Bolsonaro.

Em seguida, Malafaia fez Bolsonaro chorar ao fazer uma "benção" ao ex-presidente, que "Deus mandou nesse tempo da nação".

"Eu termino dizendo: Bolsonaro você é o cara que Deus mandou nesse tempo da nação. Não tenha medo dos seus inimigos, porque é maior o que está com você do que com eles. Vai chegar a hora de Deus te honrar. Nós vamos ver essa gente ruim cair. Deus abençoe o Brasil, Deus abençoe você, sua família. Deus abençoe Jair Messias Bolsonaro", gritou, em tom agudo, arrancando aplausos dos extremistas.

Antes, porém, Malafaia deu mais mostrar da articulação internacional, que culminou nas "denúncias" vazias dos chamados "Twitter Files Brazil" e na reação do bilionário Elon Musk, que aderiu à narrativa vitimista do ex-presidente, de que seria "perseguido pela ditadura" no Brasil.

No entanto, Malafaia, que atacou a Globo e a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, para dizer que a minuta do golpe é "a maior fake news da história", recorreu ao editorial da Folha de S.Paulo que fez dobradinha com Musk - que antes foi comparado a Jesus Cristo por Nikolas Ferreira (PL-MG).

"Diante do que Elon Musk tem denunciado, Folha de São Paulo domingo passado, editorial da Folha: Alexandre de Moraes tem que parar com a censura", disparou Malafaia, citando o jornal da família Frias.

Além da Globo e Alexandre de Moraes, Malafaia ainda subiu o tom contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem chamou de "frouxo, covarde, omisso" por não pautar o impeachment do ministro do Supremo.

O conselheiro de Bolsonaro ainda atacou os militares da cúpula das Forças Armadas que não aderiram ao plano golpista, mandando que eles retirassem as fardas e pedissem aposentadoria.

Embora tenha prometido fazer uma "série de denúncias importantes" no início de sua fala, Malafaia repetiu as narrativas que circulam nas redes para defender Bolsonaro das denúncias sobre a organização criminosa que tentou um golpe de Estado após a derrota para Lula.

Sobre a minuta golpista, Malafaia ecoou a narrativa de que Bolsonaro estaria apenas fazendo uma consulta "dentro das quatro linhas" da Constituição sobre o que poderia fazer diante das especulações sobre fraudes nas urnas.
Vitimismo

Após terceirizar os ataques a Malafaia, Bolsonaro fez um discurso vitimista para embasar a narrativa propagada pela internacional fascista sobre a "ditadura" e a "censura" no país.

"Contra a liberdade de expressão fizeram o possível e o impossível, as provas estão chegando apesar de vocês saberem o que aconteceu", disse Bolsonaro, antes de pedir "agora, respeitosamente, uma salva de palmas para Elon Musk".

"Quando estive com Musk em 2022, eu falei: aqui sim temos um mito da liberdade. Isso está em vídeos do YouTube. Não é visão de futuro, é coragem", disse Bolsonaro, em outra referência ao bilionário no discurso.

Mais ao final do discurso, o ex-presidente recorreu à vitimização, dizendo que poderia ter ficado nos EUA - para onde fugiu e "onde estaria muito bem de vida" - e que no Brasil "riscos eu corro".

"O que o sistema que começa a ser desmontado quer não é apenas me tornar inelegível, me jogar numa cadeia, é acabar o processo de Juiz de Fora", disse, recorrendo mais uma vez ao atentado à faca na campanha eleitoral de 2018, a quem atribui à esquerda.

Sobre a minuta golpista, Bolsonaro repetiu o discurso de Malafaia. "Alguém já viu essa minuta de golpe? Quando se fala em estado de sítio era uma proposta de um presidente que dentro das linhas constitucionais poderia submeter ao congresso brasileiro", afirmou.

Bolsonaro ainda mostrou-se incomodado por ser tachado de golpista, diante as denúncias de que comandou um grupo criminoso para dar um golpe de Estado.

"Grande parte da mídia vai continuar tachando quem busca apoio na constituição como golpista?", indagou.

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