De cada 100 Reais pagos aos militares da reserva no Brasil, quase 85 Reais saem do orçamento da União. Ou seja, dos impostos pagos pelos brasileiros. A complementação custa quase o dobro do aporte realizado para o pagamento dos servidores civis.
São R$ 9.603 pagos por cada brasleiro para cada umos 396 mil militares reformados, contra R$ 5.111 destinados aos 786 mil civis aposentados. A reforma da previdência deveria ter corrigido essas distorções, mas, a pressão dos militares acabou deixando-os de fora das novas regras.
Segundo o economista Paulo Tafner, um dos maiores especialistas em Previdência, em vários estados e municípios, o gasto com inativos no serviço público já superou a despesa com ativos, por exemplo. "Acredito que, em algum momento, o gasto com inativos até vá impedir aumento salarial para os ativos., disse Tafner à Folha de São Paulo.
Ele lembra que, no caso dos militares, as mudanças feitas em 2019 estabeleceram um mesmo regramento para Forças Armadas em nível federal, PM e bombeiros no estados. Os seus efeitos, porém, não se mostram tão efetivos quanto o da reforma dos civis. "As medidas para os militares foram modestas em relação ao que poderiam e deveriam ser", afirma Tafner.
Logo após a reforma, o então Ministério da Economia estimou que a União teria uma economia de R$ 10,45 bilhões em dez anos com a reforma dos militares. No caso da União, a receita anual para a Previdência dos militares cobre cerca e 15,5% do total das despesas com benefícios. A diferença, R$ 47,7 bilhões, cai na conta do Tesouro Nacional.
Os servidores civis na União cobrem 46% dos gastos com benefícios e a União precisa complementar R$ 48 bilhões, quase o mesmo valor, mas o número de beneficiários é muito maior.
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