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Pix tornou-se rapidamente a modalidade mais utilizada pelos brasileiros para transferências. De acordo com um estudo da ACI Worldwide em parceria com a Global(Foto: Felipe Iruata/Ag. A TARDE)Pix tornou-se rapidamente a modalidade mais utilizada pelos brasileiros para transferências. De acordo com um estudo da ACI Worldwide em parceria com a Global(Foto: Felipe Iruata/Ag. A TARDE)

Com R$ 29,2 bi de transações via Pix, País foi o 2º que mais utilizou pagamentos instantâneos em 2022

Criado em 2020 para facilitar as transações bancárias e estimular a economia, o Pix tornou-se rapidamente a modalidade mais utilizada pelos brasileiros para transferências. De acordo com um estudo da ACI Worldwide em parceria com a GlobalData - “Prime Time for Real-Time Report” – divulgado pelo Banco Central – o País foi o segundo que mais utilizou pagamentos instantâneos, com 29,2 bilhões de transações via Pix em 2022.

Mas, como diz a expressão popular, “ladrão tem arte”, e, tão logo popularizou-se, a ferramenta passou a ser utilizada para aplicar golpes. No primeiro semestre do ano passado, o BC registrou 739.145 indícios de crimes envolvendo o modo de transferência, 2.818% a mais que em 2021. Este ano, especialistas apontam que a onda de violações segue crescendo.

As “ciladas” do Pix têm várias faces: links ilegítimos para cadastramento de chaves, comprovantes falsos para comprar ou solicitar reembolsos, agendamento de transferência, QR Code falso e o famoso robô do Pix, que promete, nas redes sociais, um valor até dez vezes maior do que o transferido pela vítima.

Ricardo Matos (nome fictício) foi vítima do robô do Pix este ano. O feirense investiu R$ 100 e estava com a expectativa de conseguir R$ 400 em até dez dias, como prometido por quem estava divulgando. Além de não embolsar o valor quatro vezes maior, ele perdeu R$ 86 – conseguiu resgatar apenas R$ 14.

“Eu até fiquei desconfiado por causa dos ganhos, que chegavam a ser de 40% no dia, mas paguei para ver. O que me fez seguir em frente foi a ‘lábia’ da pessoa que estava promovendo o negócio”, conta.

A soteropolitana Sara Almeida não foi vítima direta, mas criminosos se passaram por ela para chegar até a sua avó e pedir dinheiro. Através do WhatsApp, solicitaram a quantia de R$ 900 para uma suposta emergência, que foi prontamente transferida.

“Não acreditei quando minha avó me ligou só depois para perguntar se fui eu mesma quem havia pedido. Foram tão convincentes que ela nem pensou em conferir”, esclarece. As duas foram até a delegacia no mesmo dia para registrar um boletim de ocorrência.

Fugir dos crimes

É preciso estar dois passos à frente dos criminosos para evitar cair nos golpes. Clara Aguiar, gerente do Serasa, e Marcelo Duarte, advogado criminalista e professor de Processo Penal e Criminologia, recomendam atenção ao fazer as transações.

“Usar só o aplicativo e site do próprio banco e nunca informar senha de conta ou cartão de crédito. Parece óbvio, mas tem gente que é mais vulnerável e acredita nas abordagens. Não utilizar internet pública para fazer Pix, conferir sempre os dados de destino e se o dinheiro caiu mesmo na conta também é importante”, aconselha Clara.

Em relação às tentativas de golpe por aplicativos de mensagens, o ideal é sempre desconfiar e conferir com o parente ou amigo em questão se o pedido de dinheiro é real. Quanto aos QR Codes, é importante se atentar ao site que emitiu o código.

Cadastrar mensagens no celular para sinalizar quando alguma transferência via Pix for feita também é interessante - preferencialmente com outro e-mail. Além de agilizar a tomada de atitude caso o crime se concretize, é possível acessar as informações a partir de outro e-mail, em caso de roubo.

Se o golpe foi bem sucedido, a orientação é procurar uma delegacia de polícia e fazer um boletim de ocorrência. “É preciso registrar tudo. O Pix está vinculado a uma conta, tem origem e destino, não tem como não saber para onde foi esse dinheiro”, afirma Marcelo.

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