Quase 48 horas depois da divulgação dos resultados da eleição, que alçou Lula (PT) como vencedor e, por consequência, presidente eleito, Jair Bolsonaro (PL) fez um curto pronunciamento, mas não reconheceu sua derrota.
No discurso feito no Palácio da Alvorada, o ainda mandatário agradeceu os votos que obteve e defendeu os atos golpistas de bolsonaristas que não aceitam o resultado eleitoral e que vêm bloqueando rodovias.
"Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas", declarou. O presidente, no entanto, disse também que "os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir". Em nenhum momento, entretanto, Bolsonaro pediu para que os manifestantes interrompam os bloqueios.
Não houve, no discurso do chefe do Executivo, nenhuma citação a Lula. Bolsonaro utilizou sua curta fala para inflamar ainda mais os movimentos golpistas ao dizer que "é uma honra continuar sendo o líder que defende as cores verde e amarela".
Ao final, apesar de não reconhecer o resultado eleitoral, afirmou que "sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição (...) Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição".
Coube ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, anunciar início do processo de transição. Segundo Nogueira, após conversa com a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, ficou designado que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) comandará o processo de mudança de governo a partir da próxima quinta-feira (3).
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