Ele foi acusado por policiais de estar fazendo boca de urna
Um homem africano foi preso no último domingo (2) sob o grito de "vai gritar Lula lá na África", em Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal. As imagens foram publicadas nas redes sociais do jornalista André Caramante.
Nesta quinta (6), O homem, que preferiu não se identificar, falou ao g1 que estava em um churrasco no quintal de casa quando foi detido por declarar apoio ao candidato do PT. Um dos policiais envolvidos foi afastado das funções.
"Eu acordei de manhã, estava sem camisa, sem sapato. Eu estava na minha casa com meus amigos, fazendo churrasco. Eu sou apoiador do Lula, mas ninguém tem o direito de vir na minha casa para me prender porque eu quero que o Lula ganhe", disse ao portal.
No vídeo, o homem aparece sem camisa sendo algemado. Durante a abordagem, é possível ouvir a frase 'vai gritar Lula lá na África agora'. Não é possível ouvir quem diz a frase. Depois, um outro homem diz que ele estaria sendo preso por ser apoiador do Lula.
O g1 apurou que o homem chegou a ser levado à polícia, mas foi liberado por não portar materiais eleitorais. A polícia alega que o homem negro foi algemado e preso porque estaria próximo a uma seção eleitoral supostamente fazendo boca de urna para o candidato Lula.
Após a circulação do vídeo nas redes sociais, o MP acionou a Polícia Militar pedindo explicações. A Polícia Militar disse que determinou a abertura de um posicionamento administrativo para apurar a circunstância do caso e afastou o policial militar das suas atividades operacionais.
Em nota ao g1, a presidente do Partido dos Trabalhadores de Goiás (PT), Kátia Maria, se posicionou sobre o caso. No documento, disse que "as imagens mostram cenas de racismo e violência política". O partido ainda informou que advogados vão acionar a corregedoria da PM e da Guarda Municipal de Novo Gama para apurar o caso.
O partido ainda informou que vai acionar o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) pedindo a apuração, punição dos envolvidos e a orientação da corporação para evitar novos casos.
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