A preparação do ato em torno da "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros pela defesa do Estado Democrático de Direito" gerou mais de 627 mil menções nas redes sociais da internet desde sua primeira divulgação, ainda em julho, em um total de 123 mil usuários das redes sociais. É o que mostra levantamento da Quaest Consultoria, feito com exclusividade para a coluna.
Grupos bolsonaristas representaram 19% do total de menções. O primeiro pico de menções se deu no dia 29 de julho, dia em que a carta passou de 300 mil assinaturas com apoio de grandes personalidades.
O segundo pico aconteceu no quinta-feira (11), dia da leitura e do ato, que ocorreu no prédio da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no centro da capital paulista.
Grupos que apoiaram a carta nas redes, em sua maioria, citaram temas como a "defesa da democracia" e do "estado democrático de direito. Também fizeram críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Já os grupos bolsonaristas se posicionaram em defesa de Bolsonaro com argumentos na linha "o presidente que mais defende a democracia" e apoiando o "manifesto pela liberdade individual". Eles também criticaram a finalidade da carta lida na USP.
Entre os autores com maior alcance em publicações de apoio à carta pela democracia estão políticos mais ligados à esquerda e à centro-esquerda. André Janones (Avante), que retirou a candidatura a presidente para o apoiar Lula, ocupa o primeiro lugar, seguido pelo petista.
No grupo dos apoiadores da carta foram registradas mais de 510 mil menções, publicadas por mais de 107 mil autores únicos, com uma média de 4,7 postagens por autor. Os trending topics registraram expressões como "Bolsonaro sai, democracia, fica".
Nos grupos bolsonaristas, foram observadas mais de 117 mil menções por cerca de 45 mil internautas, uma média de 3 posts por usuário das redes. Crítticas à finalidade da carta se destacaram, assim como à Lei Rouanet e à volta do Imposto Sindical.
As manifestações convocadas por Bolsonaro para o 7 de setembro também foram outro destaque nas menções.
O levantamento considerou as menções à Carta pela Democracia das 00:00 de 22/07/2022 a 18h de 09/08/2022. As menções foram coletadas das principais redes sociais (Twitter, Instagram e Facebook) por API própria da Quaest.
Na pesquisa foram utilizados termos e hashtags que compõem o debate sobre o assunto na internet. A classificação entre bolsonaristas e apoiadores da Carta levou em consideração as principais palavras e hashtags utilizadas no discurso bolsonarista e no discurso favorável à Carta.
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