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O índice de desconfiança na urna eletrônica é maior entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Antonio Augusto/Ascom-TSE)O índice de desconfiança na urna eletrônica é maior entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Antonio Augusto/Ascom-TSE)

Percentual recua nove pontos percentuais desde o último levantamento do instituto de pesquisa

A confiança do brasileiro na urna eletrônica é superior ao número das pessoas que não acreditam nesse modo de votação adotado pelo Brasil há mais de duas décadas, é o que diz a pesquisa mais recente do Instituto Datafolha sobre as eleições deste ano.

Dentre aqueles que confiam nas urnas, 42% dizem confiar muito e 31% confiam um pouco, enquanto 24% afirmam não confiar e outros 2% não sabem.

Desde março, contudo, o índice de confiança aferido pelo levantamento recuou em novos pontos percentuais. Na ocasião, 82% confiavam no dispositivo eleitoral, enquanto 17% afirmavam não confiar no sistema.

Confiança por candidato

O instituto de pesquisa cruzou os dados colhido nas entrevistas do levantamento desta semana e percebeu que há uma diferença no índice de confiança na urna eletrônica de acordo com quem é o candidato à Presidência da República de preferência do entrevistado.

Dos eleitores que têm intenção de votar em outubro no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 54% dizem confiar muito, 29% afirmam confiar pouco e 16% declararam não confiar.. Já os que declaram voto em Jair Bolsonaro (PL) se dividem em 20% que confiam muito, 38% que confiam pouco e 40% que não confiam.

O Datafolha ouviu 2.556 pessoas presencialmente em 181 cidades do país nesta quarta, 25, e quinta, 26. A pesquisa, contratada pela “Folha de S. Paulo”, tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e está registrada no TSE com o número BR-05166/2022.

Chance de fraude

O número de eleitores que acreditam que pode ocorrer fraude no processo eleitoral deste ano é de 55%, ainda de acordo com o levantamento do Datafolha. Para 34%, há muita chance de que o pleito deste ano seja fraudado. Outra parcela de 21% responde existir um pouco de chance. Por outro lado, 43% dos entrevistados acreditam ser nulo esse risco, e 2% não sabem ou não opinaram.

Entre os eleitores de Bolsonaro, 60% dizem haver muita chance de as eleições serem fraudadas e 21% responde haver algum risco, totalizando 81%. Para 16%, não existe essa possibilidade.

Já entre eleitores de Lula, a maioria (57%) descarta a situação, enquanto 21% veem muito perigo e 20% enxergam alguma possibilidade, perfazendo um total de 41% de receosos diante do sistema eleitoral.

Questionamentos do presidente


O clima de desconfiança no processo eleitoral é endossado sempre que pode por Bolsonaro. No mais recente episódio neste sentido, nesta quinta-feira, 26, ele respondeu de forma evasiva a repórteres quando perguntado se está comprometido com o resultado das eleições, mesmo que não seja reeleito. "Democraticamente, eu espero eleições limpas", disse o chefe do Executivo.

No sentido oposto, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) têm aumentado as falas de defesa do processo eleitoral brasileiro. Nesta sexta-feira, o presidente da Corte, Edson Fachin, declarou durante um evento em Pernambuco, que o resultado do pleito é “inegociável”.

“O Brasil tem eleições limpas, seguras e auditáveis. O acatamento do resultado do exercício da soberania popular é expressão inegociável da democracia pelo respeito ao sufrágio universal e ao voto secreto”, afirmou o magistrado.

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