Mário Gazin, 71, empresário que ofereceu pagar o transporte de manifestantes que forem a atos a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), previstos para 7 de setembro, é fundador de uma rede de varejo do Paraná com mais de 300 lojas em dez estados, como Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre, focada em cidades do interior.
O grupo tem cerca de 9.500 funcionários e faturou R$ 5,991 bilhões em 2020. Depois de suas declarações pró-Bolsonaro, Gazin recebeu apoio de bolsonaristas nas redes sociais, mas também foi alvo de críticas, com pedidos de boicote às suas marcas.
Além da rede de lojas, o grupo, com sede em Douradina (PR), tem sete indústrias de colchões e estofados, uma de molas e 23 centros de distribuição de mercadorias, entre outras empresas.
Apoiador de Bolsonaro desde as eleições
Bolsonarista, Gazin gravou vídeo ao lado de Luciano Hang, dono de outra rede do varejo, a Havan, para manifestar apoio a Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018.
"Primeiro turno, Bolsonaro. Para não ter escolha, para não ter que gastar mais dinheiro, para não ficar todo mundo gastando com o segundo turno. Então é no primeiro. Quem está indeciso é lá. É lá que tem que ser, porque acabou.", Mário Gazin, empresário, em 2018
Bolsonaro venceu apenas no segundo turno, derrotando Fernando Haddad (PT).
Gazin continuou manifestando suas opiniões políticas após Bolsonaro chegar à Presidência. Em 2019, defendeu em vídeo a reforma da Previdência, vestindo uma camiseta a favor da pauta.
Para ele, a reforma da Previdência, aprovada no final daquele ano, era necessária para manter empregos no Brasil. Fortemente afetado pela crise da pandemia, o Brasil tem registrado recordes de desemprego. No trimestre encerrado em maio, o país tinha 14,8 milhões de desempregados, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Gazin também se posiciona favoravelmente à venda de recursos e estatais para a iniciativa privada e defende que o governo invista exclusivamente em saúde, segurança e educação.
"O resto o Brasil tem que vender tudo, para acabar com esse monte de funcionário público que nós temos.", Mário Gazin, empresário
Cantor Daniel é garoto-propaganda
Paulista de Oscar Bressane, Gazin abriu sua primeira loja em 1966, ao lado do pai, em Douradina (PR), cidade com menos de 9.000 (dado de 2018).
No início, a loja vendia de tudo, de alimentos a granel a produtos para a casa. Na década de 1970, as lojas foram segmentadas, com unidades exclusivamente para a venda de móveis, projetados pelo irmão de Mário, Rubens.
Em 1998, o grupo entrou no ramo de fabricação de colchões. Hoje a marca Gazin Colchões tem como garoto-propaganda o cantor Daniel.
Em 2015, circularam em áudios e vídeos no WhatsApp e Facebook acusações de que a Gazin Colchões vendia produtos com terra de cemitério, consequência de um "pacto com o diabo".
O empresário chegou a gravar um vídeo para esclarecer que o material, na verdade, era o dessecante RDR, que tem a função de absorver a umidade e evitar o mofo em estados com alta umidade, como Rondônia, Acre e Mato Grosso.
Distribuição de cuecas e calcinhas
Gazin diz que chama seus empregados de "meu filho" e "minha filha" e que tem o hábito de distribuir cuecas e calcinhas com as metas anuais da empresa.
De acordo com ele, essa tradição começou quando a empresa tentava bater a marca de R$ 10 milhões em vendas por mês e o empresário começou a anotar o número dez em crachás, carros e até mesmo na sua própria cueca, para lembrá-lo do objetivo.
Funcionários homens e mulheres quiseram imitar o gesto, segundo ele. "A meta nasceu na cueca, na calcinha [...] Tudo tem meta. Onde você pensar tem meta", disse.
Gazin também dá palestras e, antes da pandemia, criou um podcast, com conteúdo motivacional sobre empreendedorismo.
O empresário deixou a presidência da rede de lojas em 2013, passando o bastão para Osmar Della Valentina, e assumiu a presidência da holding.
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