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Centenas de mulheres participaram na noite desta terça-feira (19) de um ato em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff e da democracia. Intitulado "Abraçaço da Democracia - Mulheres com Dilma", a manifestação ocorreu em frente ao Palácio do Planalto. Sensibilizada com a iniciativa, a presidente se dirigiu até as mulheres para agradecer o apoio.

Com flores na mão e visivelmente emocionada, Dilma disse entusiasmada: "Estou de alma lavada". Ela permaneceu por cerca de vinte minutos cumprimentando e fazendo fotos com manifestantes, acompanhada pela ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) e pela presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior. "Sobe e desce, a rampa é sua", gritaram as manifestantes.

“Como mulheres, sentimo-nos desrespeitadas pelas colocações ofensivas e sexistas de alguns dos parlamentares que votaram a favor da admissibilidade do processo de impeachment. Como cidadãos, temos consciência do momento único que o País está vivendo e não podemos nos omitir. A falta de respeito às instituições e à legitimidade do processo eleitoral que, democraticamente, elegeu a presidenta Dilma Rousseff, não nos deixa outra escolha senão sair às ruas e lutar pela manutenção do mandato”, disse a organização do movimento por meio de nota.

No ato, Dilma foi ovacionada, aos gritos de "Dilma, guerreira do povo brasileiro", "A minha presidente é coração valente" e de "Golpistas fascistas, não passarão". As mulheres portavam flores e entoaram ainda frases como “No meu País eu boto fé, porque ele é governado por mulher” e “Fica, querida!”.

"Eu vivi os anos de chumbo da ditadura no Rio de Janeiro e sou a favor da democracia, por isso estou aqui hoje. Eu vou dizer: 'Dilma, estamos com você, muita força e confiança que a gente vai vencer essa batalha", disse Tereza Pereira, uma representantes do grupo.

Diversos movimentos sociais participaram do ato.

Durante o evento, elas leram um manifesto de apoio à democracia. Leia abaixo:

No atual cenário político brasileiro- evidenciado pelo protagonismo da primeira mulher eleita presidenta deste país- não podemos deixar de perceber o crescente movimento do fortalecimento do machismo e da misoginia por parte de alguns parlamentares e seus seguidores em seus posicionamentos.  Temos vistos em postagens e pronunciamentos a imagem da presidenta Dilma exposta de forma preconceituosa em inúmeras montagens desrespeitosas que muito mais do que agredirem a presidenta revelam o ódio dessas pessoas em encararem o fato que uma mulher independente comanda o Brasil.

Nós, mulheres a favor da democracia e contra a misoginia que nos ronda verozmente, repudiamos os ataques feitos a presidenta Dilma que revelam uma violência política, mas também de gênero e institucional.

Consideramos inadimissível os ataques machistas, grosseiros à presidente, como no último domingo, em que assistimos perplexas o discurso do deputado Jair Bolsonaro, dedicado a um ditador, torturador, revelando um total descaso e desrespeito à história de luta no Brasil. Não devemos permitir que essa corrente de ódio se espalhe, pois ameaça não só a integridade das mulheres, mas do ser humano.

Nós não aceitaremos que as mulheres, assim como a presidenta, que foram torturadas e que tiveram dilaceradas sua integridade física, emocional, psicológica tenham sua dor esquecida ou minimizada. Ressaltaremos  que o discurso misógino e machista que incita o ódio contra as mulheres mata, segundo o Mapa da Violência contra a Mulher (2015), pelo menos, 13 mulheres por dia no Brasil.

Pela Democracia devemos seguir com as conquistas e com otimismo de um Brasil cada vez melhor. A ditadura deve ficar apenas nos livros de história, que não deve ser esquecida, mas que não se repetirá.

Abaixo matéria da Agência Brasil:

Com botões de rosa, mulheres prestam solidariedade a Dilma no Planalto

Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil

Centenas de mulheres fazem na noite de hoje (19) uma manifestação de apoio à presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. O ato começou pouco depois das 18h. De acordo com a Polícia Militar, 400 pessoas se encontravam em frente ao prédio, por volta das 19h, entoando cantos e palavras de ordem.

Com cartazes de apoio à presidenta como "Dilma fica" e "Juntas pela democracia", as manifestantes estão com botões de rosa de diferentes cores para, simbolicamente, oferecer a presidenta.

Um grupo de 20 mulheres será recebido por Dilma. "Eu vivi os anos de chumbo da ditadura no Rio de Janeiro e sou a favor da democracia, por isso estou aqui hoje. Eu vou dizer: 'Dilma, estamos com você, muita força e confiança que a gente vai vencer essa batalha", disse Tereza Pereira, uma representantes do grupo que irá participar do encontro com Dilma, no palácio.

Além de palavras de ordem, como "golpistas, fascistas, não passarão", e "mulheres unidas jamais serão vencidas", elas cantaram o Hino Nacional e um dos cânticos que costumam ser entoados em eventos de apoio a Dilma: "No meu país, eu boto fé, porque ele é governado por mulher".

Segundo a organização do ato, a ideia surgiu nessa segunda-feira (18), após a abertura do processo de impeachment de Dilma ter sido autorizado pela Câmara dos Deputados. "A gente é de um grupo de defesa pela democracia, e ontem batendo um papo as pessoas estavam tristes, chateadas. Uma das meninas falou assim: 'Nossa, eu queria tanto dar um abraço na Dilma'. Aí falamos em dar um abraço coletivo", contou Crsitina Moreira, uma das organizadoras.

 

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