O torcedor do Vitória certamente esperava um Campeonato Brasileiro mais tranquilo. Mesmo com um ataque com grandes nomes, um título de campeão baiano, o rubro-negro sofreu para permanecer na Série A. Nesse meio tempo, houve troca de treinador, um ídolo surgiu e muitos gols foram sofridos em confusões da zaga.
‘Marinhodependência’
Quantas vezes os rubro-negros não encontraram em Marinho a luz no fim do túnel que fez o Vitória vencer uma partida? Sem dúvida, ele é o jogador mais importante e decisivo do Leão na Série A, ao ponto de questionar-se uma “Marinhodependência”.
Quando o jogo está difícil, toca para Marinho que ele resolve. Foi mais ou menos assim contra o Atlético Paranaense, por exemplo. Um jogo essencial para o rubro-negro fugir do Z-4 e que tudo parecia dar errado. O clube paranaense tinha virado a partida e coube a ele mudar a história do jogo no Barradão. Deu passe para um gol e fez dois, resultado: 3 pontos para o Leão.
Para se ter uma ideia, dos últimos 19 gols do Vitória na competição, Marinho participou de 15. Ele balançou as redes contra São Paulo, Fluminense, Atlético-PR (duas vezes), Santos, Figueirense, Coritiba e Palmeiras. Deu assistências contra Chapecoense, Fluminense e o Atlético-PR.
Tchau, Vagner Mancini
O técnico Vagner Mancini, que tinha contrato até o final da temporada, não resistiu e foi demitido do Vitória na 24ª rodada, após derrota para o Flamengo, no Barradão. Quando ele deixou o clube, o Leão estava na 18ª posição, na zona de rebaixamento.
Argel começou bem, com uma vitória fora de casa diante do Internacional. Mas, em seguida, perdeu para o Botafogo em casa, voltando a vencer o São Paulo também no Barradão e a Chapecoense, em Chapecó. As coisas começaram a desandar quando o time ficou três rodadas sem vencer – derrotas para Sport e Cruzeiro, que na ocasião, eram adversários diretos, e empate com o Fluminense. Ali, a luta pelo rebaixamento se tornava ainda mais real.
Falhas do sistema defensivo
Se tem um setor que deixou a desejar no Vitória neste Campeonato Brasileiro foi o defensivo. Em números, a defesa do Leão é a sexta pior da competição. Mas o que chamou atenção foi mesmo os erros simples que, muitas vezes, levaram a gols dos times rivais.
É possível citar pelo menos três vezes em que isso ocorreu. Contra a Ponte Preta, quando o Leão acabou derrotado por 2x0, tanto o goleiro Fernando Miguel quanto Ramon falharam em uma tentativa de afastar a bola e resultou no segundo gol do time de Campinas.
Contra o Santos, na derrota por 3x2, o ataque até fez sua parte, porém, mais uma vez, a defesa não ajudou. Um lance específico não foi decisivo para os gols santistas, mas as trapalhadas de Victor Ramos e Kanu deixavam os rubro-negros de cabelo em pé.
Na derrota para o Flamengo no Barradão, o rubro-negro carioca só não ampliou porque Leandro Damião desperdiçou a chance após ganhar um presente em mais uma falha da defesa rubro-negra.
Vitórias na hora certa e ajuda do adversário
Na 34ª rodada, Vitória e Internacional disputavam ponto a ponto a fuga do rebaixamento. E a rodada estava perfeita para o Leão. O time baiano pegava o Atlético Paranaense em casa e o Inter, o líder Palmeiras fora. Na ocasião, o rubro-negro sofreu, mas conseguiu vencer. E, como esperado, o time gaúcho perdeu.
Na rodada seguinte, a situação se invertia. O jogo mais difícil era o do Vitória – contra o Santos, na Vila Belmiro – e o do Inter, o mais fácil – contra a Ponte Preta, em casa. Aí veio a ajuda do adversário para deixar a situação do Leão um pouco menos complicada. O colorado empatou, ficando na 17ª posição.
A partir daí, na 36ª rodada, o Leão conseguiu uma vitória importantíssima para se livrar do pesadelo da queda: goleou o Figueirense por 4x0 e viu o Inter perder para o Corinthians. Na sequência, o Vitória ganhou do Coritiba fora de casa por 1x0 e já entrou em campo na última rodada praticamente livre do rebaixamento.
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