Vistoria realizada identificou desde infiltrações no prédio até a ausência de equipamentos básicos, como EPIs (equipamentos de proteção individual) e ferramentas de trabalho (Foto: Divulgação)
Enquanto o ex-prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) encerrou seu mandato afirmando que entregava Camaçari "muito melhor" do que encontrou, a realidade enfrentada pela Defesa Civil do município expõe o completo oposto. Uma vistoria realizada pela nova gestão revelou uma série de problemas estruturais e operacionais que comprometem gravemente a capacidade do órgão de proteger a população em situações de emergência.
Um retrato do descaso
A vistoria na Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) identificou desde infiltrações no prédio até a ausência de equipamentos básicos, como EPIs (equipamentos de proteção individual) e ferramentas de trabalho. A precariedade vai além: a equipe da Defesa Civil conta com apenas um capacete de segurança e não possui itens essenciais para o combate a incêndios, como abafadores, cordas ou mangueiras.
A falta de estrutura ficou evidente em dezembro, quando o então coordenador do Órgão, Ivanaldo Soares, precisou apagar um incêndio no bairro Novo Horizonte utilizando apenas um balde reaproveitado. Sem equipe, sem carro-pipa e sem ferramentas adequadas, ele colocou sua vida em risco para evitar uma tragédia maior, já que o fogo ameaçava atingir uma tubulação de gás natural.
"Cidade melhor"? A realidade desmente Elinaldo
Ao final de seu mandato, Elinaldo Araújo afirmou publicamente que estava entregando uma cidade "pronta para ser governada", ignorando os inúmeros problemas que afetam diretamente a segurança e o bem-estar da população. A Defesa Civil, um órgão essencial para lidar com desastres e emergências, é um exemplo claro do legado de descaso deixado pela antiga gestão.
A vistoria apontou ainda a necessidade de reformas urgentes na estrutura física da sede da Defesa Civil, incluindo melhorias nos sanitários, instalação de novos pontos de internet e telefone, além da substituição de equipamentos danificados, como computadores e ar-condicionado.
A falácia de uma "cidade melhor", repetida inúmeras vezes por Elinaldo Araújo e seu ex-pupilo Flávio Matos, contrasta com a realidade encontrada na Defesa Civil e em outros setores. Cabe agora ao atual governo enfrentar os desafios herdados e garantir que episódios como o apagamento de incêndios com baldes sejam definitivamente superados.
Nem Ademar Delgado
Procurado pelo Camaçari Fatos e Fotos (CFF), o ex-coordenador da Defesa Civil, Maurício Bonfim, que ocupava o cargo na época de transição da gestão de Ademar Delgado para a gestão de Elinaldo, comentou como entregou o órgão. “Eu deixei uma estrutura organizada. Tinham seis motos, uma Ranger, computadores, impressoras, capas de chuva, botas, jardineiras de chuva, coletes, caneta, papel, impressora… Deixei um almoxarifado, materiais, tudo”, listou ele.
De acordo com Bonfim, Elinaldo recebeu a Defesa Civil em total condição de operar. E disse que ele mesmo foi o responsável por fazer a entrega e conferência do inventário. “Eu tive a decência e a postura republicana em atender e entregar tudo. Dessa vez, nem houve entrega, estava fechado lá; só um funcionário efetivo que recebeu a equipe nova. Eu deixei tudo organizado e agora não tem nada lá”, reiterou ele, em tom de decepção.
Com mais essa, Elinaldo segue tirando das mãos de Ademar Delgado o troféu de pior prefeito que Camaçari já teve.
Desafios para o futuro
A nova gestão se comprometeu a reestruturar a Defesa Civil e recuperar sua capacidade operacional. No entanto, os desafios são imensos: além das intervenções necessárias na infraestrutura, será preciso reforçar a equipe com supervisores, brigadistas e técnicos especializados, garantindo que o órgão esteja preparado para atender a população em situações de emergência.
(Foto: Divulgação)
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