De segunda maior bancada da Câmara de Vereadores, para apenas dois edis e somente um reeleito, ficando atrás do DEM, Cidadania e PSDB e ao lado do PSL em número de cadeiras: esse o cenário em que o PT vai atuar de janeiro de 2021 até dezembro de 2024, na Câmara de Vereadores.
Encolhido, o partido deve enfrentar alguns desafios para se manter forte e atuante. Para falar sobre eles, o Camaçari Fatos e Fotos (CFF) procurou Dentinho do Sindicato, único vereador eleito pela legenda, que também disputava com Jackson e Teo Ribeiro, Márcio Andrade e Juliano Nunes, entre outros nomes.
União faz a força
"O maior desafio, nesse momento, é organizar a oposição", avalia Dentinho. "Depois, partir pra cima com discurso qualificado, com projetos que venham realmente colocar a população no debate e chamar a população para participar da política de Camaçari. Não a política partidária, mas de tudo que a política precisa. Para isso, primeiro nós temos que estar unidos e harmonizados", reforçou.
Na opinião de Dentinho - endossada por outros líderes da esquerda - ser o único reeleito o coloca numa posição de mais responsabilidade para com a população camaçariense.
"Minha reeleição me dá responsabilidade não só de conduzir a oposição na Câmara, mas também organizar os partidos de esquerda dentro da cidade, com o compromisso de organizar a esquerda como uma cabeça pensante", aponta ele, salientando que será necessário ter união no discurso, para construir uma oposição que possa atuar de maneira forte e qualificada.
"Apesar de ser o mais experiente, estarei sempre escutando os novos, porque a gente nunca deixa de aprender", destaca.
Fraquejado
Ainda na avaliação de Dentinho - dessa vez, oposta a de algumas lideranças do partido - o PT perdeu espaços importantes, na disputa eleitoral recente. "O PT saiu fraquejado dessa eleição, saiu mais fraco. Então, nós temos essa responsabilidade de organizar o partido, de organizar toda esquerda", endossa o vereador e sindicalista.
Perguntado sobre o que ele acredita ter sido causador desse enfraquecimento, Dentinho tem a resposta na ponta da língua. "A organização do Partido dos Trabalhadores. Na minha opinião, a Executiva do partido, as reuniões, o pessoal de frente do partido não organizou o partido como deveria ter sido organizado e a resposta foi essa", pondera ele.
"A gente tem que levar o novo para a população, mas organizado. A gente tinha que ter montado o partido com candidatos mais fortes para que a gente pudesse disputar de igual pra igual, como o PT sempre disputou... A majoritária saiu fortalecida, mas o partido perde com essa eleição de agora", finaliza.
Em números
A análise de Dentinho tem forte respaldo nos números da eleição: dos 27 candidatos a vereador pelo PT, apenas 6 eram nomes já testados na política, amplamente reconhecidos e respeitados pela população. Dos outros 21, a ampla maioria eram nomes novos, alguns até reconhecidos dentro de seus redutos, mas com pouca ou nenhuma expressividade eleitoral.
A ampla maioria teve votação abaixo dos 500 votos, vários abaixo dos 200.
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