Suely de Fátima Cruz, 52 anos
Razões para Acreditar: A realização de Suely!
Suely de Fátima Cruz, 52 anos, dois filhos. Formada em administração em 1986, há cinco anos ela voltou a estudar para realizar um sonho: conquistar sua formação em direito. E neste sábado, 10 de março, concluindo no período regular, ela oficializa sua conquista. Apaixonada pela área penal, a ex- servidora pública natural de Minas Gerais que adotou Camaçari como lar há 15 anos, Suely é a nova criminalista do mercado e já tem até apelido carinhoso: a "advogada cadeirante".
Com mobilidade reduzida desde que teve poliomielite com um ano de idade, aos 29 anos ela perdeu totalmente a mobilidade das pernas quando sofreu um acidente de carro e teve que trocar muletas e órteses por uma cadeira de rodas. Mas, o que poderia representar sofrimento e acomodação, foi visto como mais uma etapa a ser superada, e logo retornou ao trabalho e exerceu suas funções até conseguir a aposentadoria por tempo de serviço.
Durante esse período, por pelo menos 15 anos, participou de júri popular, acompanhando os casos e aumentando o desejo de cursar uma faculdade de direito. Após perder a mãe e sua principal incentivadora, o sonho foi perdendo força e adormecendo. Até que ressurgiu com força total em 2013! E ela foi. Tornando-se estudante de direito, na faculdade Mauricio de Nassau, em Lauro de Freitas.
Agora nada podia dar errado, não é mesmo? Errado! Ela esbarrou em um Transporte Universitário sem carros acessíveis e ônibus do sistema regular sem elevadores ou com equipamento quebrados. Foram dias de descaso, sol, chuva e determinação. Ela chegou até a tomar um curso de mecânica para identificar os defeitos comuns dos elevadores e orientar profissionais sem conhecimento do manuseio dos equipamentos.
Enquanto isso, a "bacharela cadeirante" complementava o conhecimento técnico com a prática estagiando na 18ª Circunscrição Policial (Delegacia de Camaçari), Secretaria da Fazenda de Camaçari (SEFAZ) e através de acompanhamento processual no Fórum Clemente Mariani.
Todo essa preparação já está dando frutos. Suely hoje atua na área crime, é coaching, ministra palestras sobre empoderamento e autoconhecimento, presta assessoria jurídica a assentados e até o meio do ano pretende fazer mestrado em outro país. E, de não ter sido nada fácil chegar onde pretendia, e de todos esses obstáculos que transpôs, a doutora Suely diz: "Concordo que é complicado, difícil. Mas, hoje me sinto realizada".
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Suely hoje atua na área crime, é coaching, ministra palestras sobre empoderamento e autoconhecimento, presta assessoria jurídica a assentados e até o meio do ano pretende fazer mestrado em outro país
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