Um dia após a declaração do prefeito eleito de Camaçari, Elinaldo Araújo (DEM), de que iniciará o estudo para extinguir com a Limpec, empresa com 38 anos de serviço prestado ao município, alguns dos funcionários efetivos se reuniram na manhã da terça-feira (29) para discutir o que estão chamando de ''triste notícia''.
Nenhum dos servidores presentes conseguia aceitar a ideia de ver a empresa, que foi criada para cuidar da limpeza pública de Camaçari e que durante anos cumpriu com seu papel, ser extinta.
O único entendimento entre os funcionários é de que esse momento vinha sendo preparado há anos, desde quando "começaram a tirar os serviços da Limpec e passar para empresas terceirizadas através da Secretaria de Serviços Públicos. Como aconteceu a coleta do lixo urbano, depois com a varrição, em seguida com a roçagem das escolas públicas, que se encontram em estado deplorável, conforme matéria do Camaçari Fatos e Fotos (CFF), onde uma cobra foi encontrada durante um serviço de roçagem contratado por uma vizinha da unidade escolar, incomodada que estava com a altura do mato.
Funcionários acusam que "agora estão com tudo pronto para transferir a coleta do entulho, resíduos hospitalar e industrial e administração do aterro para a Sesp, para posterior licitação. Há os que acusam ainda que "o sucateamento da Limpec aconteceu de forma gradativa para poder justificar a privatização de todo serviço de limpeza pública de Camaçari, principalmente o aterro sanitário".
E de fato, até o momento político vivido pela Limpec é desfavorável à empresa, onde, devido a cortes no seu orçamento, ingerências, e entraves no repasse dos empenhos - ainda que a prefeitura acuse a própria empresa de causar os problemas que está vivendo, 'gastando mais do que pode', têm feito com que a Limpec fique impedida de cumprir com suas responsabilidades levando-a ao descontentamento público pelo serviço deficitário. "O resultado é uma cidade cheia de entulho em todos os cantos e uma população irada contra a empresa, sem saber que tudo isso é orquestrado para preparar o terreno para acabar com a Limpec", afirma um dos funcionários efetivos, com mais de 20 anos de Limpec, que pediu para não ser identificado.
Muitas dúvidas surgiram entre os funcionários, caso Elinaldo não volte atrás em sua decisão, devolvendo a Limpec os poderes e atribuições que tinha no passado para voltar a cuidar de toda limpeza pública da cidade, e dê continuidade ao processo de extinção da empresa.
Como resultado da ópera, ficam as perguntas:
Como acontecerá esse processo de migração dos serviços da Limpec para a prefeitura, principalmente dos clientes particulares? Como será feita a coleta do resíduo industrial hoje pago pelas empresas junto com o IPTU? Como será o processo de migração dos funcionários efetivos para outras pastas da Prefeitura? Serão mantidas as garantias trabalhistas dos efetivos, uma vez que o regime trabalhista na Limpec é o da CLT? Direitos como vale-alimentação e plano de saúde serão mantidos? Os funcionários serão indenizados pelos anos trabalhados na Limpec no momento em que forem desligados da empresa e migrados para outra pasta? Essas outras perguntas aguardam um preposto do novo governo, ou a nova diretoria ou o interventor do processo de extinção.
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