Invasões, ameaças e várias formas de crimes ambientais. Infelizmente em Camaçari a situação é recorrente, sobretudo na valorizada extensão litorânea da orla do município. A fiscalização, repressão aos crimes e recuperação das áreas atingidas continuam esbarrando na falta de estrutura e diferentes estratégias de corrupção utilizada por pessoas de poder aquisitivo, político ou social que na maioria das vezes estão infiltradas nos movimentos de invasão e tomada de terra.
Um dos casos mais graves atuais, as sucessivas invasões em Arembepe já estamparam as manchetes do Camaçari Fatos e Fotos e de diversos veículos de comunicação da cidade. Dessa vez, quem resolveu dar voz aos munícipes nas denúncias de crime ambiental foi o jornal Correio da Bahia, cuja equipe designada para a apuração da matéria, sentiu na pele a intimidação e o perigo que cerca quem ousa ir contra a ação criminosa. O carro do CORREIO, um Fiat Palio 1.0, foi perseguido por uma caminhonete Ford Ranger branca quando deixava a localidade de Arembepe, em Camaçari, ao longo da BA-099 até as proximidades do pedágio.
A denúncia estampada na edição deste sábado (26), mostra a devastação da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Capivara, no limite entre Arembepe e Barra do Jacuípe. A ação de invasão e destruição da vegetação atinge desde o primeiro semestre do ano, boa parte de uma área de 5 milhões de m² (equivalente a 500 campos de futebol) que foi invadida. A estimativa é de aproximadamente 2 mil pessoas ocupam as terras – a maioria delas faria parte de uma associação falsa, forjada pelos líderes das invasões e criada para atrair interessados nas terras.
No local, a equipe registrou a existência de lotes improvisados com cercas de arame farpado, fitas e estacas, ao longo do terreno desmatado e com marcas de queimadas. O mais intrigante e assustador é que mesmo durante a semana, da beira da pista, em frente à Estrada da Cetrel, próximo ao emissário submarino, é possível enxergar ao longe os carrões no meio do nada, dentro dos terrenos demarcados com placas improvisadas fincadas no chão.
Próximo às suas “propriedades”, muitos invasores se reúnem com seus carros em um ponto na beira da pista, onde isopor com bebidas e churrasquinhos garante o lanche. Quem tenta dificultar a ação dos invasores acaba correndo risco como aconteceu com a equipe do jornal.
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