“Não há consenso! Não há concordância!” A diretora do Departamento de Alta e Média Complexidade (DMAC), da Secretaria de Saúde de Camaçari (Sesau), Elba Brito, se posicionou na tarde de sexta-feira (21), sobre o fechamento das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Vila de Abrantes e Monte Gordo. Em carta endereçada ao prefeito Ademar Delgado, a profissional lamentou a decisão que considera precipitação e sem levar em consideração a demanda das localidades. No comunicado, a diretora afirma que não foi consultada, tão pouco teve espaço para opinar sobre a determinação. Sem espaço para diálogo e por entender que a decisão fere os seus princípios profissionais, Elba optou por entregar o cargo.
A decisão foi em resposta ao comunicado da Secretaria de Saúde do município, que a partir do dia 1º de novembro, irá desativar as UPA’s de Vilas de Abrantes e Monte Gordo, para reforma e manutenção do espaço. Conforme comunicado da Secretaria de Saúde da cidade, a reforma tem previsão de 45 dias e nesse período a população será assistida pelas unidades das adjacências.
A diretora discorda da decisão do secretário Washington Couto e questiona também a suspensão do contrato do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), que garante a cobertura de médicos emergencistas nas UPA’s e SAMU. “Vale salientar que em nenhum momento essa situação foi conversada comigo e sequer tive oportunidade de opinar a respeito. Restou-me, exclusivamente, a missão de comunicar ao coordenadores e servidores, a decisão tomada pela Administração”, afirma Elba.
No documento encaminhado ao prefeito, a diretora aponta ainda fatores pelos quais discorda da decisão da Secretaria. “Fechar duas Unidades de Pronto Atendimento da orla às vésperas do verão? Logo agora que teremos intenso fluxo turístico principalmente em Guarajuba e Barra de Jacuípe e em toda rede hoteleira da região? Suspender o único contrato que garante a provisão de médicos das unidades de emergência numa época de culminância de férias dos servidores efetivos?”, questiona a profissional de saúde.
Em outro trecho da carta, Elba é taxativa ao afirmar que a inauguração – às pressas – da UPA de Arembepe “não apresentará melhorias de atendimento às urgências da orla”. A diretora argumenta que a nova unidade não tem capacidade de absorver a demanda das UPAs fechadas. “Não temos equipamentos disponíveis para entregar esta unidade com sua devida estrutura! Não temos sequer camas para compor os leitos de observação e nem mesmo equipamentos para suporte básico ou avançado da vida”, denuncia em outro trecho.
A decisão causou comoção nas redes sociais, com a publicação de mensagens de apoio a diretora e contra o fechamento das unidades.
DMAC
Servidora concursada, desde 2008 a enfermeira Elba Brito integra a rede municipal de saúde no município. Dois anos depois, devido a sua experiência em gestão de unidades hospitalares, foi convidada a assumir o Departamento de Alta e Média Complexidade (DMAC). Durante os seis anos de gerenciamento do setor, a enfermeira foi responsável por vários projetos e ações para ampliar os serviços da rede. A diretora destaca a participação na implantação das UPA’s Nova Aliança e Gleba A, SAMU, Cuidar (CEONC, CEMPRE e UNIFAL), CESME, CAPSad, CAPSia, CEO, Policlínica e CEASUS.
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