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Travesti de nome social, Amanda Franco da Silva Santos (Foto: Bruno Wendel/Arquivo CORREIO)Travesti de nome social, Amanda Franco da Silva Santos (Foto: Bruno Wendel/Arquivo CORREIO)

'Que ela seja responsabilizada para termos paz', diz pai de uma das vítimas

Nesta quarta-feira (19), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, travesti de nome social Amanda Franco da Silva Santos, acusada de atrair vítimas com solicitações de corrida no que ficou conhecido como 'Chacina dos Motoristas de App', em 2019, vai a júri popular.

O julgamento acontece mais de três anos depois, mas familiares dos quatro motoristas que foram torturados e executados compareceram ao fórum para pedir por justiça e uma 'pena exemplar'.

Amanda, dentre os cinco suspeitos de participar da chacina, é a única sobrevivente. Os quatro homens que teriam agido com ela - um deles menor de idade - morreram em confronto de facções e com a polícia. As famílias das vítimas esperam uma justiça em vida.

Antônio Damasceno dos Santos, 54 anos, é pai de Alisson Damasceno dos Santos, 27, uma das vítimas da chacina. Ele diz que aguarda o julgamento há anos e espera encontrar, ao menos, conforto com a sentença de Amanda decretada pelo júri.

"O que eu mais queria não vou ter é ele de volta. Porém, ainda quero que a Justiça seja feita. Que ela seja responsabilizada para termos paz. [...] Mataram meu filho e os outros sem qualquer necessidade, cada um envolvido nisso precisa receber uma pena exemplar", afirma Antônio.

A chacina, que ocorreu no bairro de Mata Escura, teria sido ordenada pelo traficante Jeferson Palmeira Soares Santos, 30, que morreu um dia após o crime. A ordem seria uma vingança pelo fato da mãe do traficante não ter sido atendida por nenhum carro de aplicativo quando precisou para uma urgência médica.

Emocionado ao lembrar do caso, Antônio fala que não havia qualquer necessidade de executar os motoristas. "Se eles quisessem, pegavam um e obrigavam a levar. Sob ameaça, sei que ninguém ia se negar a levar lá. Não precisava tirar a vida de tanta gente, fazer as famílias sofrerem. Isso foi de uma crueldade muito grande", fala Antônio antes de entrar na sala do júri.

Vick Passos, presidente da Cooperativa dos Motoristas de Aplicativo, afirma que o caso é o final de uma espera de sofrimento. "Hoje encerramos uma espera muito grande por um julgamento que precisa acontecer. Uma sentença rígida é importante para coibir ações de violência contra os motoristas de aplicativo que têm a segurança abalada por essas situações", afirma o presidente da cooperativa.

Neste momento, o julgamento ainda não começou. Os sete membros do júri popular estão sendo sorteados dentro de 29 pessoas aptas que compareceram ao fórum.

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