Os secretários baianos de Desenvolvimento Econômico, Jorge Fontes Hereda, e da Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, participaram ontem, à tarde, no auditório da Agerba, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), do encontro que discutiu o panorama do atendimento com energia elétrica da Bahia com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O principal pleito defendido por ambos durante a reunião foi a inclusão do estado no próximo Leilão de Energia de Reserva (LER), promovido pelo Governo Federal e programado para o próximo dezembro.
“Nós já tínhamos enviado, a secretaria de Desenvolvimento Econômico e a secretaria da Infraestrutura,ao Ministério de Minas e Energia, uma carta dizendo que existem alternativas hoje, de trechos que podem ser interligados, que, se levadas em consideração, não precisarão tirar a Bahia do leilão. Tem uma questão de linha de corte das obras, que têm que estar prontas até uma certa data, se isso não acontecer exclui o estado. Não é só o estado da Bahia, o Rio Grande do Norte, que outro estado importante em energia renovável, também está com problema, o Rio Grande do Sul também, e nós estamos tentando, de todas as formas, fazer com que a Bahia volte pra esta questão”, disse à Tribuna, na oportunidade, o secretário Jorge Fontes Hereda, do Desenvolvimento Econômico.
Jorge Hereda adiantou que está sendo agendada uma reunião do governador Rui Costa com o ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, para que o assunto seja debatido. “Afinal de contas, os atrasos nas linhas de transmissão não é um problema do estado da Bahia, é um problema do governo federal que precisa ser resolvido por eles. Acho que com um pouquinho de bom senso e um pouco de conversa e a gente consegue resolver a questão. Portanto, é isto que nós estamos procurando fazer, chegarmos a um bom termo para que a Bahia não fique fora deste leilão”, pontuou.
Já o secretário da Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, observou que, no caso da Bahia, “a dificuldade nossa não é a geração de energia. É que essas linhas de transmissão que foram licitadas dentro de um planejamento sejam concluídas e cumpridas no prazo. A nossa luta é que continue essa discussão, porque a Bahia tem sido altamente competitiva. Mas, nós acreditamos que vamos encontrar uma solução de consenso, pra que a gente possa continuar na ampliação do parque da energia eólica, por exemplo, essa indústria que é importante na geração de emprego e renda em nosso estado e em todo o Nordeste”, ressaltou, acrescentando que nos próximos 15 dias o governo federal deverá anunciar sua decisão sobre o leilão.
Nós estamos pleiteando duas mudanças de data: ou de linha de transmissão estar pronta ou de resoluções que fazem intervenção. Se o ministério aceitar isso, e a gente pleiteia que isso seja feito sem adiar o leilão para não causar problemas, a gente tem condições de ter de volta os parques baianos na disputa e participar do leilão”, concluiu.
Na carta enviada ao ministro das Minas e Energia, os dois secretários estaduais que a assinaram destacam que a Bahia lidera a oferta de energia cadastrada para concorrer ao leilão de energia de reserva (LER), com 341 projetos, sendo 240 de energia eólica (6.380 MW), representando 30% de todos os projetos cadastrados para esta fonte, e 101 projetos de energia solar fotovoltaica (3.155 MV), representando 24% de todos os projetos cadastrados para esta fonte.
O texto destaca também que a cadeia produtiva de energias renováveis é uma das mais importantes e promissoras para a economia do estado da Bahia, e que apenas nas indústrias de produção de aerogeradores estão diretamente empregadas, atualmente, mais de três mil pessoas.
Do encontro, que discutiu planejamento, execução e monitoramento de obras de geração de energia elétrica, também participaram a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), entidades e outras empresas. O grupo de trabalho, que também tem representantes do estado de Sergipe, reúne-se semestralmente para discutir o desenvolvimento do setor elétrico da região sul do nordeste brasileiro.
