A campanha Marco Amarelo marca a ação para conscientização de mulheres sobre a importância de realizar exames ginecológicos periodicamente. O objetivo é alertar para a endometriose, doença que atinge cerca de 10% das mulheres brasileiras entre 25 e 35 anos e que, quando não diagnosticada, pode levar à infertilidade.
Considerada uma doença comum, a endometriose ocorre quando o endométrio, tecido do útero, se desenvolve fora do órgão causando uma inflamação crônica. Apesar do número de mulheres atingidas, os fatores que levam à doença ainda são desconhecidos. Os sintomas consistem em cólicas menstruais intensas, dores durante as relações sexuais, dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação e dificuldade para engravidar.
A cólica menstrual é um dos sintomas mais comuns e a associação ao período menstrual dificulta a descoberta da doença. “Quando a menina começa a menstruar é comum ter cólica forte e muito sangramento. Normalmente, as pacientes que tem endometriose, quando não se tratam, a cólica vai piorando, se torna incapacitante e não fica restrita só ao período menstrual”, afirma a ginecologista Ticiana Cabral, ginecologista da Clínica Emeg.
O estilo de vida e o fator genético podem influenciar no desenvolvimento da endometriose. “É uma doença hormônio-dependente – associada ao estrogênio - e característica da idade reprodutiva. O momento exato onde ela aparece é difícil precisar, mas geralmente na menopausa dá uma trégua”, conta a ginecologista Emilly Serapião., ginecologista do Itaigara Memorial
O caráter emergencial da dor causada pela endometriose é o que a diferencia de um período menstrual comum. A veterinária Joane Salustino, 25, descobriu a doença aos 24 anos. “Na minha adolescência sempre escutei que sentir cólica era normal. Sentia muita dor na região lombar e sangramento excessivo. Em uma das vezes que eu fui para a emergência, fiz ressonância e foi quando saiu o diagnóstico”, afirma Joane.
As crises de cólica aconteciam uma vez por mês e a impediam de trabalhar e realizar tarefas diárias. O caso reforça a importância no diagnóstico precoce. “É preciso investigar, existem os exames de imagem para buscar a inflamação. No ultrassom transvaginal não conseguimos ver então é preciso uma ressonância magnética pélvica ou ultrassom transvaginal com preparo intestinal”, afirma Ticiana Cabral.
O tratamento evoluiu e vai além dos procedimentos cirúrgicos, podendo ser tratado com anticoncepcionais, mudanças na dieta e prática de atividades físicas. No caso de Joane a cirurgia foi necessária, mas ela precisou mudar sua dieta evitando alimentos não inflamatórios, como doces, refrigerantes, farinha branca e produtos industrializados.
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