Em Camaçari, que já foi a Cidade das Oportunidades, a máxima de que poder econômico define as eleições não parece estar funcionando muito bem para quem está com o poder. O candidato Flávio Matos (União), apoiado pelo prefeito Elinaldo Araújo e acusado de usar a máquina pública em benefício próprio, continua perdendo espaço nas pesquisas, mesmo com um orçamento muito superior ao de seu principal oponente, Luiz Caetano (PT).
De acordo com os dados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atualizados em 13 de setembro, Flávio Matos arrecadou impressionantes R$ 5.427.220,00 (cinco milhões, quatrocentos e vinte e sete mil e duzentos reais), muito à frente dos R$ 974.207,01 (novecentos mil, duzentos e sete reais e um centavo) arrecadados pela campanha do candidato pertista. A diferença percentual entre os orçamentos de Matos e Caetano é de aproximadamente 455,5%. Apenas o Partido Liberal (PL), agremiação do ex-presidente e inelegível Jair Bolsonaro, doou vultosos R$ 900.000,00 (novecentos mil reais) para a campanha de Matos, valor que quase equivale ao total arrecadado por Caetano até o momento.
No entanto, esse desequilíbrio financeiro não está se refletindo na intrenção do eleitorado até aqui. Caetano segue ampliando sua vantagem nas pesquisas, com 53% dos votos válidos, segundo a mais recente pesquisa Foco/Band Bahia, divulgada em 16 de setembro, contra 38% de Flávio Matos. Se a eleição fosse hoje, Caetano venceria no primeiro turno.
Os números de gastos também revelam um contraste significativo. Enquanto Matos já contratou despesas no valor de R$ 2.877.127,74 (dois milhões, oitocentos e setenta e sete mil e cento e vinte e sete reais e setenta e quatro centavos) e pagou R$ 1.738.625,02 (um milhão, setecentos e trinta e oito mil e seiscentos e vinte e cinco reais e dois centavos), Caetano tem despesas contratadas de R$ 543.213,45 (quinhentos e quarenta e três mil, duzentos e treze reais e quarenta e cinco centavos) e pagas de apenas R$ 102.971,20 (cento e dois mil, novecentos e setenta e um reais e vinte centavos).
Mesmo com esse gasto elevado, a campanha de Matos não conseguiu reverter a queda de popularidade, atribuída, em grande parte, à gestão do atual prefeito, Antônio Elinaldo, que enfrenta altos índices de reprovação, mas também ao ostracismo do próprio Matos que, apesar de ser presidente da Câmara de Vereadores e ter obrigação de fiscalizar a prefeitura, disse “amém” para todas as decisões de Elinaldo que, conforme Caetano em debate, prejudicaram a população.
Com a campanha do candidato governista gastando milhões e, conforme as pesquisas, se distanciando cada vez mais da cadeira de prefeito, Camaçari dá o exemplo de que uma boa gestão e uma conexão genuína com a população podem valer mais do que um orçamento milionário.
Clique aqui e siga-nos no Facebook
< Anterior | Próximo > |
---|