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Política

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso na Assembleia Geral, em Nova York (Foto: Reprodução)Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso na Assembleia Geral, em Nova York (Foto: Reprodução)

Lula alinhava no combate à desigualdade os desafios da ONU, como reforma do Conselho de Segurança, paz e emergência climática

Veterano no púlpito das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu demandas antigas ao retornar à Assembleia Geral, em Nova York, após um intervalo de 14 anos.

Num discurso forte e estruturado, ele centrou na desigualdade a origem das mazelas que desafiam a ONU e recebeu aplausos sete vezes, sobretudo quando anunciou, mais uma vez, a sua volta e a do Brasil a um palco internacional de debates.

“Estabilidade e segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade”, advertiu o presidente brasileiro, que soma oito discursos na Assembleia Geral nas duas últimas décadas.

A fome, a pobreza, a ameaça da extrema direita, a defesa pela reforma do Conselho de Segurança, por soluções à emergência climática e a cobrança de recursos das nações desenvolvidas permearam o discurso de ontem, sempre com a desigualdade como pano de fundo. "Não haverá sustentabilidade nem prosperidade sem paz”, insistiu.

Na abertura dos debates, Lula cresceu e tirou proveito do vazio deixado no cenário internacional por seu antecessor, Jair Bolsonaro, para delinear aos representantes de mais de 140 países a sua agenda social. Celebrou bandeiras como o combate ao racismo, à xenofobia, à intolerância, e ao feminicídio; ressaltou a importância da preservação da liberdade de imprensa, dos direitos dos grupos LGBTQ+.

“O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo.”

Críticas à paralisia da ONU e à perda de credibilidade do Conselho de Segurança entraram no discurso para justificar uma bandeira antiga, proferida todas as vezes que subiu à tribuna: a necessidade da reforma do órgão como parte da solução dos problemas. O Brasil pleiteia um assento permanente, juntamente com Alemanha, Japão e Índia, integrantes do chamado G-4.

“Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. A guerra na Ucrânia escancara a nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer o propósito e os princípios da Carta da ONU.”

Dessa forma, Lula corrigiu deslizes anteriores — como o de equiparar a responsabilidade do conflito aos dois países — e deixou a tribuna como estadista.

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