O advogado Frederick Wassef, do nada, convoca a imprensa e dá uma entrevista coletiva na qual assume que foi até os EUA para recomprar o Rolex que tinha sido usurpado do patrimônio público e vendido a uma joalheira por assessores e figuras próximas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Um dia antes, o homem que já defendeu o antigo ocupante do Palácio do Planalto e seus filhos em vários casos cabeludos tinha dito que “jamais viu o tal relógio na vida”.
Desde o primeiro momento a estratégia de Wassef de assumir a recompra, utilizando uma justificativa ‘hilária’, segundo a própria PF, de que teria o feito com seu dinheiro, por vontade própria e para devolver à União, soou como confusa e ‘suicida’, já que ao apresentá-la ele automaticamente assume que o objeto valioso, de fato, havia sido desviado e negociado no exterior. Só que, para o núcleo duro do bolsonarismo, sua atitude foi desastrosa e complicou totalmente as coisas.
Ninguém foi avisado sobre o pronunciamento de Wassef aos jornalistas. No momento em que ele apresentava a amalucada versão, os filhos de Jair Bolsonaro e os políticos mais próximos do clã discutiam estratégias para a defesa do líder de extrema direita num grupo de WhatsApp. A reação foi em uníssono ao tomarem conhecimento da iniciativa do advogado de falar: xingamentos e insultos, sobretudo o chamando de “burro”.
Por conta da ideia atrapalhada e que pode ter empurrado todo o papel da defesa de Bolsonaro para o ralo, os interlocutores mais próximos do ex-presidente apelidaram o advogado de “Wasséfalo”, um trocadilho óbvio com o termo “acéfalo”, que significa “sem cérebro”.
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