Prefeito de Camaçari compara retirada de isenções à BYD com atuação do partido por ocasião da vinda da Ford
A retirada do dispositivo que prorrogava incentivos à instalação da BYD em Camaçari, durante a votação da reforma tributária em Brasília, colocou em dúvida a manutenção do investimento e agitou os bastidores da política no município.
O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (União Brasil), lamentou a medida mas, não perdeu a chance de atacar o PT. A atração da montadora chinesa foi articulada pelos governos estadual e federal, ambos liderados pelo PT, e agora poderá não se concretizar.
“Eles agora estão provando do próprio veneno. Lá no início dos anos 2000, quando nós conseguimos aprovar uma série de incentivos para a vinda da Ford para a Bahia, o PT em massa votou contra, inclusive na época o então deputado federal Jaques Wagner (atual senador) foi contra. Hoje, o que nós vimos foram deputados da base deles votando contra a BYD, gente da Bahia, e até mesmo 12 deputados do PT”, disse Elinaldo ao site Política Livre.
Entre os petistas que contribuíram para a derrubada do artigo está o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), que se ausentou da votação dos incentivos articulados pelos governos federal e estadual, tendo sido criticado pelo próprio presidente Lula durante um encontro que aconteceu entre o presidente e os líderes partidários na Câmara, na noite de sexta-feira (7), no Palácio da Alvorada.
Entre os deputados baianos, Otto Filho (PSD), filho do senador Otto Alencar e integrante da base de Lula e do governador Jerônimo Rodrigues (PT), votou contra os benefícios. Um voto decisivo, já que o artigo foi retirado da reforma tributária por apenas um voto de diferença.
“A gente lamenta porque nós queremos o desenvolvimento da Bahia, independente de posição político-partidária. Agora, ressalto, eles estão provando do próprio veneno. Enquanto nosso grupo político vota a favor da Bahia e dos baianos, eles sempre votam segundo os interesses deles, a vontade deles. Veja que dentro da própria base petista na Bahia houve discordância, com voto contrário. Isso, infelizmente, prejudica o Estado”, lamentou Elinaldo.
A pressão pela retirada dos incentivos foi liderada pelos governos de São Paulo e Paraná, principalmente. Para o dispositivo ter sido mantido na reforma tributária, eram necessários 308 votos, mas o número alcançado foi de 307. Agora, o governo vai tentar reverter a decisão no Senado.
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