A campanha de Bolsonaro cogita até mesmo a possibilidade de sugerir um adiamento do segundo turno
Candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a acusação de fraude na eleição por parte da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), que alega ter a sua candidatura prejudicada por rádios do que teriam omitido inserções da propaganda eleitoral. Para Lula, o atual chefe do Executivo "está desesperado" com a possibilidade de derrota no segundo turno.
"Eu não sei o estado psicológico do presidente, mas essas coisas da rádio são incompetência da equipe dele. Não temos nada a ver com isso. Ele está um pouco desesperado, percebeu que tem a possibilidade de perder a eleição", declarou Lula em entrevista à Rádio Clube Rede FM.
"É um pouco de desespero dele. É direito dele chorar e espernear. Bolsonaro está ciente que vai perder as eleições. Ele acompanha, estuda e encomenda pesquisa. Sabe que vai perder porque o povo quer mudança", acrescentou Lula.
A campanha de Bolsonaro cogita até mesmo a possibilidade de sugerir um adiamento do segundo turno, marcado para o próximo domingo, 30. No entanto, essa possibilidade é proibida por constituição. "É um absurdo. A pessoa não tem o que falar e falou uma bobagem dessa. A gente não pode aceitar", disse Lula.
Todas as principais pesquisas de intenção de voto colocam Lula na frente de Bolsonaro na disputa presidencial. No primeiro turno, o petista teve cerca de 6 milhões de votos a mais que o atual presidente. A pesquisas AtlasIntel divulgada na segunda-feira, coloca Lula com 53% dos votos válidos ante 47% de Bolsonaro.
Denúncia
A campanha de Bolsonaro encaminhou uma manifestação ao TSE com informações de que algumas rádios do Nordeste estariam priorizando inserções do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em detrimento às do atual presidente. Na manifestação, são citadas cerca de 700 inserções a mais a favor do petista.
A campanha cita o caso de oito rádios da Bahia e de Pernambuco que teriam apresentado mais inserções de Lula do que de Bolsonaro. De acordo com uma auditoria contratada pela campanha do presidente da República, do 7 a 14 de outubro, foram 1.835 inserções de Lula e 1.105 de Bolsonaro, uma diferença de 730 inserções.
Além de apresentar a relação das emissoras que teriam beneficiado Lula, a campanha de Bolsonaro ainda afirmou que essas rádios veiculam mais inserções do PT que o permitido por lei. Algumas chegaram a exibir mais de 50 – quando o máximo seria de 25 inserções diárias.
Acusação de Bolsonaro
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, negou o pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) para investigar supostas irregularidades na divulgação da propaganda eleitoral do chefe do Executivo em rádios. Moraes afirma que o pedido é “genérico” e que a acusação de fraude não tem “qualquer comprovação”. O magistrado destaca ainda que o levantamento da Audiency Brasil Tecnologia utilizou uma metodologia falha.
Além disso, a Corregedoria-Geral Eleitoral também prometeu apurar eventual desvio de finalidade no uso do Fundo Partidário para a contratação de auditoria pela campanha do presidente. O caso também foi enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao Estadão, cinco das oito rádios apresentadas no relatório da campanha de Bolsonaro entregue ao TSE com a alegação de que supostamente as rádios não estavam exibindo as inserções com o conteúdo do presidente na mesma quantidade do seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As emissoras contestam a alegação da defesa do presidente.
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