O Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou dois procedimentos para apurar denúncias de contratações de funcionários fantasmas e a suspeita da prática de rachadinha – apropriação indevida de salários de servidores, no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Jair Bolsonaro. A suspeita é semelhante a que envolve o senador Flávio Bolsonaro, que também teria contratado funcionários fantasmas e feito uso de um esquema parecido por meio do ex-assessor Fabricio Queiroz.
Segundo reportagem da revista Época, as investigações foram abertas após a divulgação, em julho, de que Carlos teria contratado sete parentes da ex-mulher de Jair Bolsonaro e sua madrasta, Ana Cristina Valle. Na ocasião, dois deles teriam reconhecido que apesar de terem sido nomeados para atuarem no gabinete jamais trabalharam no local. O MP-RJ também apura as suspeitas de que ao menos outras três pessoas contatadas pelo parlamentar nunca trabalharam na Câmara de Vereadores do Rio.
A investigação criminal conduzida pelo MP está sob responsabilidade do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, com apoio do Grupo de Atribuição Originária Criminal (Gaocrim). A apuração sobre improbidade administrativa, que corre na esfera cível, tramita na 8ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital.
Nesta segunda-feira (9), Carlos Bolsonaro pediu licença não remunerada da Câmara alegando a necessidade de tratar de “assuntos particulares”.
O esquema investigado no gabinete de Carlos Bolsonaro possui semelhanças com o que envolve o irmão, o senador Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabricio Queiroz. As movimentações atípicas acabaram por contar de um relatório do Coaf que identificou movimentações financeiras atípicas de deputados estaduais, assessores parlamentares e agentes públicos do Rio de Janeiro, que resultou na deflagração da Operação Furna da Onça, um desdobramento da Lava Jato. Apesar da movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão e de um depósito de R$ 24 mil na conta da primeira-dama, Michele Bolsonaro, Tanto Flávio como Queiroz não figuraram dentre os alvos da operação que levou à prisão 10 deputados estaduais fluminenses e outros 16 agentes públicos implicados no esquema.
Veja também:
Diálogos revelam que Queiroz demitiu ex-mulher de miliciano para blindar Flávio Bolsonaro
Revista Veja acha Queiroz: ex-assessor trata câncer no Albert Einstein
Com o fim das desculpas, Dallagnol ainda vai acabar tomando um chá de sumiço como Queiroz
Justiça autoriza quebra de sigilo bancário de Queiroz e Flávio Bolsonaro
“Cadê Queiroz?”, questiona Lula em entrevista a jornais
“Cadê Queiroz?”, questiona Lula em entrevista a jornais
Cadê o comprovante do empréstimo de Bolsonaro a Queiroz?, diz Ciro
Assessores de Bolsonaro cobram resposta de Flávio sobre depósitos
Clique aqui e siga-nos no Facebook
< Anterior | Próximo > |
---|