Aliados do ministro da Justiça, Sergio Moro, estão "perplexos" com a mudança de tom em declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o ministro.
Ainda em 2018, depois de eleito, Bolsonaro disse que Moro teria "carta branca" para definir as equipes de órgãos da pasta e combater a corrupção.
O atual diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, por exemplo, nomeado por Moro, tem o apreço pessoal do ministro.
Mais cedo, nesta quinta-feira, contudo, Bolsonaro disse que quem escolhe o diretor-geral da PF é ele, e não Moro. Essa declaração foi recebida por aliados do ministro como uma tentativa de desgastar o ministro politicamente.
"Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico, e não o Sérgio Moro. E ponto final", afirmou o presidente.
"O Valeixo pode querer sair hoje. Não depende da vontade dele. E outra: ele é subordinado a mim, não ao ministro. Deixo bem claro isso aí. Eu é que indico. [...] Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral", acrescentou.
Eleição
Esses aliados avaliam que o núcleo mais próximo de Bolsonaro enxerga em Moro um potencial candidato à Presidência em 2022. Ou seja, adversário do presidente.
Moro diz não ter pretensões eleitorais. Já o presidente – que chegou a dizer na campanha que acabaria com a reeleição – agora admite concorrer a mais um mandato.
Fora o desgaste político, fontes ouvidas pelo blog afirmam que causou estranheza a mudança de tom do presidente, admitindo ingerência política em órgãos de investigação, justamente em meio a investigações que miram um dos filhos dele: o senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ).
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