O presidente da comissão especial que analisa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, Raimundo Lira (PMDB-PB), doou R$ 810 mil em recursos que não haviam sido incluídos em sua declaração de bens enviada à Justiça Eleitoral em 2009. Doação, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi feita em dinheiro à chapa na qual ele era suplente para o Senado.
Segundo o parlamentar, houve um erro de informação e os depósitos teriam sido efetuados por meio de cheques que teriam sido computados erroneamente como "doação em espécie" pelo comitê de campanha. Segundo matéria do Uol, em 2010 o senador declarou possuir um patrimônio de R$ 54,3 milhões, o que o tornou um dos 30 candidatos mais ricos daquela eleição. A declaração listava imóveis, participação em empresas, veículos, barcos e até um jatinho. Na documentação entregue à Justiça Eleitoral, porém, não constava dinheiro em espécie ou depositado em contas bancárias.
Lira admitiu que o dinheiro não foi declarado à Justiça e que mantinha os valores guardados em sua residência, sendo estes os recursos utilizados em sua campanha eleitoral. O dinheiro foi doado à chapa de Rêgo Filho e Lira acabou se tornando o suplente que mais doou à própria campanha em 2010.
"A Lei Eleitoral deixa a critério do candidato apresentar, na declaração, os recursos financeiros depositados em conta bancária. É prevista esta possibilidade por questão de segurança", declarou o parlamentar. Lira disse, ainda, que poderia correr risco de ser assaltado "se [ladrões] ficassem sabendo quanto dinheiro o cidadão guarda em casa ou no banco".
Por meio de sua assessoria de imprensa, o TSE informou que "não há nenhuma lei que faculte aos candidatos deixar parte de seus bens de fora da lista apresentada à Justiça Eleitoral".Apesar disso, Lira não poderá mais ser punido já que a ocultação de bens, que poderia resultar em uma ação de impugnação do mandato, teria que ter sido alvo de judicial até 15 dias após a diplomação do parlamentar.
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