Ela soube da notícia ao deixar UTI; ex-marido acusado do crime foi preso
Uma jovem de 24 anos teve a mão esquerda decepada ao tentar defender a mãe durante um ataque do ex-marido na quinta-feira (7) em Mogi Mirim, São Paulo. Genersia Maria de Souza, de 42 anos, foi morta com golpes de facão. A filha, que tentou evitar que a mãe fosse atacada, foi atingida e perdeu uma das mãos.
A mulher, que não teve nome divulgado, estava internada na UTI da Santa Casa de Mogi Mirim desde o dia do crime. Hoje, ao ter alta da área intensiva, ela foi informada que a mãe não resistiu aos ferimentos. "A ficha ainda não caiu. Está difícil, estou acabada", disse a jovem ao G1 Campinas e Região.
Além de perder a mão, ela ficou com o braço direito comprometido e teve ferimentos na cabeça, ombro e coxa. O suspeito, Juarez Ferreira, 54, fugiu no dia do crime, mas foi preso na noite seguinte em Jacutinga (MG).
"Minha mãe veio morar comigo quando se separou, e ele passou a fazer ameaças para ela. Minha mãe tentou registrar boletim de ocorrência três vezes, e eles (polícia) não resolvendo nada. Pediram para levar as ameaças em CD, e nada. Se tivessem feito o trabalho direito, minha mãe não teria morrido", acusa.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo diz que a vítima foi à Delegacia da Mulher na véspera do crime, quando recebeu orientação sobre como deveria proceder.
Ataque
A jovem relembrou que Juarez já tinha ameaçado a mãe por telefone. Ela estava em casa quando ele chegou. "Falei pra ela: 'corre'. Ela pegou o menino (filho de Genersia e Juarez, de 1 ano) e foi pro fundo. Fui pra cima dele e saímos na mão".
Ela relembra que o facão estava "muito amolado" e que ele deu seis golpes nela, um deles arrancando sua mão.
Embora esteja se recuperando bem, ela ainda não tem previsão de alta. A jovem lamenta não ter conseguido comparecer ao velório e enterro da mãe.
Crime
Genersia morreu ainda na casa. Ela estava separada de Juarez há um mês, mas ele não aceitava o fim da relação. Ele mandava mensagens de áudios ameaçando para que ela voltasse. "Agora você já sabe, eu to aqui falando por tudo o que é sagrado. Vem urgente, antes que seja tarde demais. Que seja tarde demais. (...) Depois não vai dar tempo nem pra eu pensar, nem pra você pensar, nem pra ninguém pensar mais porque já acabou tudo", diz uma das mensagens, divulgada pela EPTV.
Depois do caso, moradores da região tentaram queimar a casa do suspeito, que fica no mesmo bairro onde a mulher estava vivendo com a filha.
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