Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Durante o evento *Brasil dando a volta por cima*, realizado nesta quinta-feira (3) no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um balanço das ações do governo federal nos dois primeiros anos de mandato e destacou os avanços sociais e econômicos conquistados no período. A cerimônia contou com a presença de ministros, parlamentares e representantes de movimentos sociais.
“É um breve balanço daquilo que fomos capazes de realizar em apenas dois anos”, disse o presidente ao abrir sua fala. A apresentação dos resultados teve como foco mostrar que o Brasil está retomando o crescimento econômico com inclusão social e responsabilidade ambiental.
Segundo a Presidência da República, “ao longo de 2023 e 2024, o governo federal se dedicou à reconstrução de políticas que, além de recuperar a economia, alcançaram resultados importantes na redução da fome e da pobreza, no acesso ao trabalho e em áreas como educação, saúde, infraestrutura e relações exteriores”.
“Em apenas dois anos de muito trabalho, nós arrumamos a casa. Refizemos os alicerces, erguemos de novo as paredes. Aramos a terra, semeamos, regamos com carinho, e estamos colhendo os resultados”, colocou o presidente Lula. “O Brasil é um país que volta a sonhar e ter esperança. Um Brasil que dá a volta por cima e deixa de ser o eterno país do futuro, para construir hoje o seu futuro. Com mais desenvolvimento e mais inclusão social, mais tecnologia e mais humanismo”, acrescentou.
Economia, emprego e renda
O Brasil voltou a integrar o ranking das dez maiores economias do mundo. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024 — desempenho considerado expressivo quando comparado à média dos anos anteriores. “Nos últimos dois anos, o país cresceu duas vezes mais que a média registrada entre 2019 e 2022”, destacou o governo.
Outro dado comemorado foi a taxa de desemprego, que chegou a 6,6% em 2024, o menor índice dos últimos 12 anos. Em 2021, o índice havia alcançado 14,9%, o pior da série histórica. Desde 2023, mais de 3,2 milhões de empregos formais foram criados, e o salário mínimo passou a ser reajustado acima da inflação.
Combate à fome e programas sociais
A Presidência também ressaltou a redução da insegurança alimentar no país. Segundo relatório das Nações Unidas, o Brasil foi uma das nações que mais reduziram a fome no período. “A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Em números absolutos, 14,7 milhões de pessoas deixaram de passar fome no país”, destacou o comunicado oficial.
O Bolsa Família, reformulado, tem hoje papel central na proteção social: “O programa protege mais de 20 milhões de famílias todo mês, com repasse mínimo de R$ 600”, informou o governo.
Saúde e educação
No campo da saúde, programas como o Mais Médicos e o Farmácia Popular foram ampliados. O número de médicos participantes dobrou, passando de 13 mil para mais de 26 mil profissionais atuando em 4,5 mil municípios e atendendo cerca de 64 milhões de brasileiros.
O Farmácia Popular passou a oferecer gratuitamente 41 medicamentos, incluindo fraldas geriátricas. Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou um número recorde de cirurgias eletivas: mais de 14 milhões, um aumento de 37% em relação a 2022. O Ministério da Saúde também aumentou em cinco vezes a entrega de ambulâncias do Samu, saltando de 366 entre 2019 e 2022 para 2.067 entre 2023 e 2024.
A vacinação infantil também avançou. “Após superar um período de negacionismo, o Brasil saiu da lista de países com mais crianças não vacinadas no mundo, segundo o Unicef”, celebrou o governo.
Na educação, o programa Pé-de-Meia está beneficiando 4 milhões de estudantes do ensino médio com incentivo financeiro de até R$ 9,2 mil ao longo dos três anos. A política de ensino em tempo integral alcançou mais de 1 milhão de estudantes, com a criação de 33 mil novas salas de aula. O governo federal também anunciou a criação de 10 novos campi universitários, a retomada de 400 obras em universidades e hospitais universitários e a criação de 102 novos institutos federais de educação.
Habitação, indústria e meio ambiente
Outro destaque do balanço foi o programa Minha Casa, Minha Vida, que passou por modernização e já contratou mais de 1,2 milhão de novas moradias desde 2023. O setor da indústria também apresentou crescimento: “A indústria cresceu 3,3% em 2024 e foi um dos destaques para puxar o PIB”, afirmou o governo, acrescentando que o setor gerou quase 200 mil empregos formais no ano passado.
No meio ambiente, a redução do desmatamento ganhou atenção. “A Amazônia atingiu a menor taxa de desmatamento da década em 2024, com a maior redução em 10 anos: 46% em relação a 2022. No Cerrado, a redução foi de 25,7%, a primeira em cinco anos”, informou a Presidência.
Inclusão, cultura e projeção internacional
A política fiscal também foi lembrada. O governo isentou do Imposto de Renda 10 milhões de pessoas com renda de até dois salários mínimos e enviou ao Congresso um projeto que prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, com descontos progressivos até R$ 7 mil. A expectativa é que outras 10 milhões de pessoas sejam beneficiadas a partir de 2026.
Na área da cultura, a Lei Paulo Gustavo e a Política Nacional Aldir Blanc destinaram R$ 6,86 bilhões para o setor. A Lei Rouanet foi reformulada e nacionalizada, com R$ 3 bilhões investidos em 2024, apoiando mais de 14 mil projetos e 5,6 mil empresas patrocinadoras.
O turismo também teve crescimento expressivo: o Brasil recebeu 6,7 milhões de turistas estrangeiros em 2024, superando inclusive os números da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016).
O presidente Lula encerrou sua fala afirmando que o governo vai continuar trabalhando para garantir dignidade à população e ampliar os investimentos sociais. “Queremos um Brasil para todos, com mais oportunidades, igualdade e justiça social”, declarou.
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