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Influência das redes sociais na decisão do voto também levanta preocupações significativas (Foto: Rafaela Araújo/Ag. A TARDE)Influência das redes sociais na decisão do voto também levanta preocupações significativas (Foto: Rafaela Araújo/Ag. A TARDE)

De acordo com o Relatório “Digital2024” do DataReportal, o Brasil tinha 144,0 milhões de usuários de mídias sociais em janeiro de 2024, o que equivale a 66,3% da população total. Além disso, um total de 210,3 milhões de conexões móveis celulares estavam ativas, valor equivalente a 96,9% da população total. Desde a ascensão do Orkut até o domínio do Facebook, Twitter e, mais recentemente, Instagram e TikTok, essas plataformas se tornaram arenas centrais de debate e propaganda política.

O que torna as redes sociais tão poderosas é a capacidade de segmentação e personalização das mensagens. As plataformas possuem algoritmos sofisticados que permitem direcionar conteúdo específico para diferentes perfis de usuários, baseando-se em suas preferências, comportamentos e históricos de navegação. Isso significa que os candidatos podem adaptar suas mensagens para atingir diferentes grupos demográficos de forma eficaz, gerando uma proximidade que cria um senso de conexão e confiança difícil de obter por meio de mídias tradicionais, como televisão e rádio.

Entretanto, a influência das redes sociais na decisão do voto também levanta preocupações significativas. A disseminação de fake news e desinformação é um dos maiores desafios enfrentados pelos eleitores. Segundo uma pesquisa do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio), cerca de 62% dos brasileiros acreditam já ter recebido notícias falsas sobre política, muitas vezes criadas e compartilhadas com a intenção de manipular a opinião pública.

Em seu livro “Os Engenheiros do Caos”, o cientista político Giuliano da Empoli examina como estrategistas políticos têm usado as redes sociais para manipular eleitores, utilizando técnicas de desinformação e criação de narrativas polarizadoras em “bolhas”, algo abordado por Cass Sunstein, em seu livro “Republic: Divided Democracy in the Age of Social Media”, sendo que essas bolhas podem radicalizar as opiniões dos usuários, já que reforçam opiniões e informações com base nas suas crenças existentes. Os eleitores passam a viver literalmente em um simulacro de realidade social, mas que aparenta ser um grande pacto social e político majoritário, o que se sustenta a dissonância cognitiva de que dados científicos que contrariam a “verdade” são meramente falsos.

O ambiente político das eleições municipais é o novo prato cheio para o conflito de narrativas, gerando um transbordamento informacional jamais visto anteriormente de forma local, o que requer encarar os desafios das campanhas no combate à desinformação, mas nós vamos precisar que as instituições e a Justiça Eleitoral sejam protagonistas na análise da disputa pelo voto nos 5.570 municípios brasileiros. Estamos preparados?

*Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB) - Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

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