O mosquito maruim (culicoides paraensis) é o principal vetor de transmissão da febre oropouche, doença que já contaminou 47 pessoas na Bahia só neste ano. Apenas um dos casos foi registrado fora da região sul, em Salvador, e o paciente teve passagem pelo município com mais casos. O inseto se reproduz principalmente nas plantações de bananas.
A cidade que mais registra casos de febre oropouche é Teolândia, com 22 ocorrências. O município é conhecido como Terra da Banana, com produção anual da fruta em torno de 36 mil toneladas por ano. A principal festa da cidade, inclusive, é batizada de Festa da Banana.
Ambientes quentes e úmidos facilitam a proliferação dos mosquitos. “Desde o final do ano passado, estados do Norte do Brasil já registraram surtos da doença e a tendência era que o vírus se espalhasse. O interior da Bahia tem grande incidência do mosquito, por isso, já era esperado”, explica o virologista Gubio Soares.
Se um mosquito pica um infectado com a febre de oropouche, o inseto se contamina e dissemina a doença para outras pessoas. O único caso confirmado em Salvador até agora é de um homem que esteve em Teolândia.
Assim como acontece com o aedes aegypti, mosquito que transmite a dengue, evitar acúmulo de água parada e usar repelente são as formas mais eficazes para evitar a contaminação. A oropouche causa febre alta (entre 38ºC e 39,5ºC), dores no corpo e articulação e manchas na pele.
O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Também foram relatados casos e surtos em países como Argentina, Bolívia, Equador e Panamá.
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