O pastor Anderson Silva, líder da igreja Vivo por Ti, afirmou nesta quinta-feira ter se arrependido de apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o exercício da sua fé. Em maio passado, o religioso ficou nacionalmente conhecido ao fazer a seguinte oração durante um podcast: "senhor, arrebenta a mandíbula de Lula". O caso, à época, ganhou grande repercussão, fazendo com que o então ministro da Justiça, Flávio Dino, encaminhasse a gravação à PF para que fosse investigada pela corporação.
Após o caso, o líder chegou a relatar ter recebido ligações da corporação e, em registro em suas redes sociais, negou ter ameaçado o presidente da República.
Nesta quinta-feira, contudo, Anderson Silva relatou estar arrependido de se envolver com a política:
— Eu quero me arrepender da bolsonarização do meu ministério. Eu alertei sobre isso e preguei sobre isso. Eu sou bolsonarista, mas não sou bolsominion (...) se a gente esquerdizar ou bolsonarizar, a gente estará perdendo o Evangelho e, mesmo fazendo esse alerta, perdi gente. Eu não posso ser um pastor bolsonarista, eu sou um pastor. É um desrespeito a Jesus ter um pastor de direita ou de esquerda porque a função de um pastor é estabelecer o reino de Deus na terra. Eu fui um dos responsáveis por essa bolsonarização.
Em junho passado, sua entrevista de maio viralizou após o mestre em geopolítica Vinicios Betiol ter compartilhado o trecho em seu perfil no X (antigo Twitter).
Em gravação posterior, o pastor se explicou:
— Eu falei para o delegado que eu não incitei crime contra ninguém. Eu não desacreditei as instituições, por mais que não creia na maioria delas, e citei Bíblia como um pastor: Salmos Capítulo 2, Salmos Capítulo 3, Salmos Capítulo 58, e Apocalipse 2:22. E o delegado foi tomando nota "qual versículo é? O que você quis dizer".
Segundo Silva, a expressão "arrebentar a mandíbula" que foi usada por ele teria uma conotação metafórica.
— A mandíbula é uma linguagem metafórica do salmista, né? A mandíbula é onde o opositor te dá a mordida, então o salmista clama a Deus, para que Deus lide com a autoridade que o opositor tem. Não incitei violência contra absolutamente ninguém — finalizou.
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