O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com seus ministros na manhã desta segunda-feira, 19, e explicou a comparação feita entre as mortes de palestinos na Faixa de Gaza e o Holocausto. A declaração deu início a uma crise diplomática com Israel (que ataca Gaza), com Lula sendo declarado 'persona non grata'.
De acordo com a coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, Lula afirmou aos auxiliares que sua declaração faz parte de uma estratégia de colocar um freio no que considera uma sanha assassina de Israel em relação a civis palestinos. O objetivo do presidente é que nos próximos dias, chefes de Estado de outros países também condenem o governo israelense.
Em caso das novas críticas serem confirmadas, o cenário deve pressionar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a aceitar um cessar-fogo com o grupo terrorista palestino Hamas.
A reunião de Lula teve a presença dos ministros ministros Paulo Pimenta (Secom), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral). O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também participou da reunião remotamente do Rio de Janeiro. Outro presente foi o ex-chanceler Celso Amorim, principal assessor especial de Lula para assuntos internacionais.
Entenda o caso
No domingo, 18, Lula respondia perguntas de jornalistas durante evento na 37ª Cúpula da União Africana quando afirmou que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza são genocídio e comparáveis apenas às ações do ditador nazista Adolf Hitler contra os judeus.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou o presidente.
A declaração iniciou uma crise diplomática com Israel e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu disse que Lula “cruzou uma linha vermelha” em suas declarações. Na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou o presidente 'persona non grata'.
No mesmo dia, Lula mandou chamar de volta o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, para consultas. O diplomata foi convocado horas antes por Netanyahu para explicar as declarações do presidente.
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