Como o governo federal pode implementar políticas públicas voltadas às mulheres? Quais os desafios políticos do Ministério das Mulheres, sobretudo diante de um Congresso predominantemente masculino e retrógrado? Estas perguntas fazem parte do dia a dia da ministra Cida Gonçalves. Convidada pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, a chefe da pasta falou sobre estes e muitos outros desafios em uma roda feminina de debates na manhã de hoje (2).
“Estamos com 13 leis aprovadas no Congresso. Precisamos de articulação e negociação. Algumas coisas aprovamos, outras não. Temos a responsabilidade de avançar os direitos, sem perder nada. Essa tem sido grande preocupação em todas nossas negociações. Tivemos muitos retrocessos nos últimos anos, mais duro durante os 4 anos anteriores (de Jair Bolsonaro). Perdemos recursos, poderes e esforços que tínhamos”, relatou.
Então, Cida argumenta que se trata de um trabalho constante e com diferentes faces. Ampliar, por exemplo, o atendimento às vítimas de violência é um ponto. Violência de gênero de diferentes formas, como a violência política e as descritas na Lei Maria da Penha: física, sexual, moral, patrimonial e psicológica. “A ordem do presidente Lula é nenhum direito a menos. É feminicídio zero, lei de igualdade salarial. Então, estamos reconstruindo um processo de avanço dentro da conjuntura”, disse.
A entrevista da ministra contou com a apresentação de Vanessa Martina-Silva, jornalista, coordenadora do Barão de Itararé e editora da Diálogos do Sul, e também de Iara Vidal (Fórum), Girrana Rodrigues (TVT), Dayane Santos (247), Mafe (DCM), Lourdes Nassif (GGN), Ana Lesnovski (Meteoro Brasil) e Gisele Alexandre (Mural das Periferias).
Marcha das mulheres contra a misoginia
“Nosso desafio é que, de fato, tenhamos serviços de atendimento para as mulheres e meninas em todo o Brasil. Precisamos ampliar os espaços de acolhimento como a Casas da Mulher Brasileira, as Delegacias da Mulher com atendimento 24 horas e as Salas Lilás”, completou.
Então, Cida destacou a relevância da luta para uma construção coletiva. Movimentos sociais participam ativamente neste processo. “Contamos com o apoio do movimento de mulheres, que é fundamenta. É uma das coisas que pode nos ajudar a avançar”, disse.
Para ampliar a mobilização, Cida propõe, inclusive, um movimento inédito no país, uma marcha de mulheres ainda neste mês. “Vamos realizar uma Marcha Nacional contra a Misoginia, no dia 25 de outubro, para que de fato a sociedade diga não à violência”, destacou.
Veja a íntegra da entrevista
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