Filiphe Soares Braga, 29, havia se mudado para Malta para seguir sonho na área da gastronomia
O gastrólogo baiano Filiphe Soares Braga, de 29 anos, teve morte cerebral após sofrer uma parada cardiorrespiratória em Malta, país europeu localizado na região central do Mediterrâneo. No dia 16 de agosto, ele foi encontrado desacordado em casa por um amigo, que prestava asilo a ele durante o período da viagem.
Contudo, de acordo com a prima do jovem, Elizabeth Ávila, o socorro foi tardio, uma vez que a morte cerebral teria sido motivada pelo tempo que Filiphe ficou desmaiado até ser encontrado e levado ao hospital. No dia 18 de agosto, a morte cerebral foi confirmada pela equipe médica do hospital maltês, mas a família só foi notificada da morte cinco dias depois. Agora, além do luto, os parentes do gastrólogo vivem a angústia da incerteza acerca do translado do seu corpo para o Brasil.
"O corpo foi liberado pelo hospital e está indo para a funerária contratada, que irá cuidar de todos os preparativos para o translado. O maior impasse é a falta de recursos financeiros que estamos superando através de uma vaquinha virtual. Como já foi autorizado a funerária em Malta iniciar o embalsamamento, foi dado um prazo, pelo poder público de duas a quatro semanas. Mas pode haver atrasos", detalha Elizabeth.
O valor para trazer o corpo de FIliphe para o Brasil é superior a R$60 mil. Até a noite desta quinta-feira (24), cerca de R$35 mil já havia sido arrecadado. O dinheiro vai possibilitar o pagamento da funerária europeia, o embalsamo do corpo e o translado em uma urna hermeticamente fechada, assim como a providência de toda a documentação legal, que é recomendada pelos consulados. Quem quiser contribuir, basta acessar este site.
Luto
Morando há quatro meses fora do país, Filiphe decidiu sair de Salvador rumo a Malta com o objetivo de conseguir alçar novos voos na sua carreira culinária. Ele estava em busca de um emprego para se estabelecer e começar sua nova vida, e ainda carregava consigo o sonho de abrir seu próprio bistrô.
A interrupção desse sonho não apenas aconteceu de maneira triste, como também deixou a mãe de Filiphe, a comerciante Rute Soares, 52, inconformada. "[Estou] sofrendo muito. Quando um filho sonha, devemos abençoar, mas não estava preparada para ele partir antes de mim", afirma.
Mesmo com a distância e o fuso horário de cinco horas, mãe e filho se falavam todos os dias. Na manhã do dia 16 de agosto, não foi diferente. Filiphe mandou um áudio para Rute, desejando bom dia e falando sobre um desenho em formato de série que havia chamado sua atenção. Ambos costumavam dividir interesses em seriados e assistiam a eles juntos.
"Ele conversava comigo, contava o que tinha feito, o que ia fazer no outro dia. Nesse dia, ele me mandou essa mensagem rápida, porque no dia anterior ele já tinha me dito que ia fazer uma entrevista. Eu esperei que ele retornasse depois da entrevista para continuarmos a conversa, mas foi nesse tempo que ele passou mal. Nós não tivemos chance nem de conversar nem de se despedir", lamenta.
Agora, tudo que Rute deseja é a chance de se despedir de Filiphe. "Vai representar muito saber que ele está no solo dele, no seio da família, amigos e todos que o amavam", finaliza.
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