Em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas, o hacker walter Delgatti Neto afirmou que Jair Bolsonaro (PL) disse a ele que "agentes de outros país" haviam grampeado o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e obtido "conversas comprometedoras" do magistrado.
Bolsonaro queria que Delgatti assumisse a autoria do grampo, em uma tentativa de dar mais credibilidade ao material. O então chefe do Executivo ainda teria prometido proteção ao hacker. "Eu falei com o presidente da República e, segundo ele, eles haviam conseguido o grampo, que era tão esperado na época, do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, esse grampo foi realizado já e teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo, lembrando que à época eu era o hacker da Lava Jato. Então seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu havia assumido a Lava Jato - que realmente fui eu - e eles apoiaram. Então a ideia seria o que? O garoto da esquerda assumir esse grampo".
"Ele disse nesse telefonema que esse grampo foi realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade, se realmente existiu o grampo, porque eu não tive acesso a ele. E disse que em troca eu teria o prometido indulto. E ainda disse assim ó: ‘se caso alguém te prender, eu mando prender o juiz’. Ele disse assim: ‘fique tranquilo, se caso alguém te prender, eu mando prender o juiz’, e deu risada. Porque esse grampo seria suficiente para alguma ação contra o ministro. Eu concordei [assumir a autoria] porque era uma proposta do presidente da República, ficaria até difícil falar não”.
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