A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode estar muito próxima de acontecer. Já completamente envolvido em diversas investigações conduzidas pela Polícia Federal, em inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal, o antigo ocupante do Palácio do Planalto teria sido desmascarado de forma absoluta nesta sexta-feira (11), no desenrolar da “Operação Lucas 12:2”.
Os federais o acusaram explicitamente nos autos de fazer parte e ser o principal beneficiário de uma organização criminosa que desviava objetos valiosíssimos da Presidência da República, que eram contrabandeados para o exterior, para então serem vendidos e os valores repassados em espécie ao político de extrema direita habituado a um discurso duro anticorrupção e moralista. A ida dele para os EUA, em 30 de dezembro de 2022, ainda no cargo, teria sido para utilizar o avião presidencial no esquema, apontam os documentos do inquérito.
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A investigação é recheada de provas. Relógios valiosos foram vendidos nos EUA por cifras exorbitantes e, ao se depararem com o escândalo posterior e com as ordens para devolverem os bens desviados, um desses itens, um Rolex negociado por US$ 68 mil, chegou a ser recomprado pelo advogado Frederick Wassef, que presta serviços à família Bolsonaro, já em março deste ano, para que então fosse apresentado e devolvido ao acervo público.
Todo o círculo mais próximo de Bolsonaro já está preso. O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária, Silvinei Vasques, foram para trás das grades por conta de condutas relacionadas à tentativa de golpe de 8 de janeiro, enquanto o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, o ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência, se encontra detido desde maio por uma série de acusações que o envolvem em inúmeros crimes de diversas naturezas. O pai dele, o general da reserva Mauro Cesar Lorena Cid, amigo íntimo de Bolsonaro, embora não tenha sido preso por ordem do STF, foi alvo de uma operação e de mandados de busca esta manhã (11), justamente por ser supostamente um dos principais articuladores do trambique milionário que espoliava bens públicos para dar dinheiro vivo ao ex-presidente, dizem a PF e o despacho do ministro Alexandre de Moraes.
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Ainda que para prender um ex-presidente uma série de fatores extralegais sejam considerados, em decorrência do prestígio do cargo exercido pelo investigado, os principais atores políticos e do Judiciário nacional acreditam que diante do conjunto probatório surgido agora, além das prisões dos principais nomes do staff de Jair Bolsonaro no período de seu governo, o ex-ocupante do Palácio do Planalto estaria muito próximo de ter sua prisão decretada por Alexandre de Moraes.
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