Estratégia de alcançar eleitorado mais pobre não surtiu o efeito esperado pelo ex-presidente, não reeleito
Numa tentativa de guinar sua candidatura à reeleição, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou, em 2022, com parceria da Caixa Econômica Federal, o programa Auxílio Brasil, que substituía, à época, o Auxílio Emergencial, pago durante o período mais crítico da pandemia da Covid. No entanto, o efeito popular do programa não foi o esperado pelo liberal, que visava atrair os votos das pessoas mais pobres.
Através de uma medida provisória, foram criadas duas linhas de crédito na Caixa para a implantação e pagamento do Auxílio Brasil. Até a eleição, o banco estatal liberou R$ 10,6 bilhões para 6,8 milhões de pessoas.
Bolsonaro não conseguiu se reeleger, e a política de torneira aberta deixou para trás um calote bilionário nas contas do banco, que só agora começa a ser conhecido, de acordo com reportagem do portal UOL.
De acordo coma publicação, que teve acesso a informações sigilosas da Caixa, o banco estatal foi usado como arma da campanha de Bolsonaro, se valendo de manobras inéditas, sem transparência, e que quase colocaram a instituição a um nível de risco inédito na história recente.
Entre as medidas provisórias criadas por Bolsonaro junto ao então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, estavam uma linha de microcrédito para pessoas com nome sujo, que gerou empréstimo de R$ 3 bilhões no programa, chamado de SIM Digital, até as eleições.
No entanto, segundo a reportagem, a inadimplência causada por esses tipo de empréstimo chegou a 80% neste ano, conforme o atual presidente do banco já revelou. Com isso, a parte do rombo deve ser coberta com verbas do FGTS.
Outra medida liberava empréstimos consignados ao próprio programa Auxílio Brasil, entre o primeiro e o segundo turno das eleições, com liberação de R$ 7,6 bilhões por parte da Caixa.
O resultado disso foi mais de 100 mil devedores do programa que agora foram excluídos do Bolsa Família este ano e o pagamento das parcelas do crédito é incerto.
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