Corpo de Marcos Antônio estava esquartejado e foi o primeiro identificado oficialmente
O corpo que foi encontrado em um cativeiro onde ficaram algumas das pessoas desaparecidas de uma mesma família foi identificado pela polícia. Trata-se de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, sogro da cabeleireira Elizamar Silva, que foi a primeira a ter o desaparecimento registrado.
Ao todo, são 10 pessoas desaparecidas. O corpo de Marcos Antônio foi encontrado esquartejado e foi o primeiro a ser identificado formalmente. O cativeiro ficava na cidade de Planaltina.
Marcos Antônio, 54 anos, chegou a ser apontado, junto com o filho Thiago Belchior, como mandante do crime. No entanto, segundo o delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, responsável pelo caso, essa hipótese foi perdendo força após a localização do corpo.
A suspeita é que o caso tenha sido motivado por dinheiro, visto que três desaparecidos tinham recebido quantias significantes recentemente. Três suspeitos já estão presos. Um deles confessou o crime e apontou Marcos Antônio e Thiago como mandantes.
Outros seis corpos foram encontrados carbonizados em dois carros da família. Apesar de ainda não haver a identificação formal, a suspeita é de que em um deles estava a cabeleireira Elizamar Silva e os três filhos Rafael, Rafaela e Gabriel. No outro carro, que pertencia a Marcos Antônio, estariam a sogra de Elizamar, Renata Juliene Belchior; e a cunhada de Elizamar, Gabriela Belchior.
Continuam desaparecidos Thiago Belchior, a ex-mulher de Marcos Antônio, Claudia Regina Marques de Oliveira; e filha de Marcos e Regina, Ana Beatriz Marques de Oliveira.
Linhas de investigação
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga a versão contada em depoimento por Horácio Barbosa, um dos presos no caso. "As investigações prosseguem no intuito de verificar a versão apresentada, isto é, se o pai das crianças e o avô estão vivos e se realmente foram coautores do hediondo crime", afirmou o delegado-chefe da 6.ª DP, Ricardo Viana. Segundo o delegado, os homens presos teriam recebido R$ 100 mil para praticar o crime e "um deles indicou a participação do pai das crianças e também do avô nos dois crimes citados".
Em seu depoimento, Horácio Barbosa disse à polícia que ele e Gideon Batista de Menezes, outro preso no caso, teriam sido contratados por Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, marido de Elizamar, e Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, pai de Thiago, para matar a cabeleireira e também para sequestrar Renata e Gabriela, mulher e filha de Marcos respectivamente.
Ainda segundo Horácio, Marcos e Thiago estariam interessados em R$ 400 mil que Renata havia recebido da venda de uma casa e em R$ 100 mil de um empréstimo que Elizamar havia contraído para investir em seu salão.
A Polícia Civil de Goiás, no entanto, tem uma outra linha de investigação que aponta que Marcos e Thiago também estariam mortos, além de outras duas mulheres ligadas a eles, também consideradas desaparecidas.
De acordo com o delegado Rilmo Braga, coordenador da força-tarefa criada em Goiás para investigar o caso, além da tese de homicídio encomendado, os fatos apontariam para um sequestro ou um falso sequestro que teria dado errado, resultando na morte de toda a família. Nessa linha de investigação, Thiago e Marcos poderiam ter planejado o sequestro dos familiares e, por algum motivo, teriam também sido mortos pelos comparsas.
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