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Está aí o que Bolsonaro queria dizer ao repetir que sempre jogou e que continuaria jogando 'dentro das quatro linhas da Constituição' (A minuta explica!)Está aí o que Bolsonaro queria dizer ao repetir que sempre jogou e que continuaria jogando 'dentro das quatro linhas da Constituição' (A minuta explica!)

(O perigo do golpe ainda não passou)

Oito entre os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal concordam: o documento apreendido pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é a marca de batom que faltava na cueca de Bolsonaro. Junto com outros indícios e provas, deverá resultar na cassação dos direitos políticos dele.

Dois ministros votarão contra – os bolsonaristas André (terrivelmente evangélico) Mendonça e Kássio Nunes Marques. A ministra Rosa Weber, presidente do tribunal, não diz o que pensa a respeito nem aos seus colegas de maior confiança. Ela só fala nos autos. Mas costuma acompanhar a maioria.

Está aí o que Bolsonaro queria dizer ao repetir que sempre jogou e que continuaria jogando “dentro das quatro linhas da Constituição”. O documento sugere que ele pretendia decretar o chamado Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral para anular o resultado da eleição ganha por Lula.

Seria uma medida inconstitucional, e por isso um ato de força que se adotado acabaria com a democracia no país, dando lugar a um regime autoritário. Só seria possível por meio de um golpe. Ele não contaria para isso com o apoio dos presidentes da Câmara, do Senado e da maioria dos partidos, mas, é daí?

Dois ministros votarão contra – os bolsonaristas André (terrivelmente evangélico) Mendonça e Kássio Nunes Marques. A ministra Rosa Weber, presidente do tribunal, não diz o que pensa a respeito nem aos seus colegas de maior confiança. Ela só fala nos autos. Mas costuma acompanhar a maioria.

Está aí o que Bolsonaro queria dizer ao repetir que sempre jogou e que continuaria jogando “dentro das quatro linhas da Constituição”. O documento sugere que ele pretendia decretar o chamado Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral para anular o resultado da eleição ganha por Lula.

Seria uma medida inconstitucional, e por isso um ato de força que se adotado acabaria com a democracia no país, dando lugar a um regime autoritário. Só seria possível por meio de um golpe. Ele não contaria para isso com o apoio dos presidentes da Câmara, do Senado e da maioria dos partidos, mas, é daí?

Parte do Alto Comando das Forças Armadas o apoiaria, alguns dos milhões de brasileiros que votaram nele também, fora os bolsonaristas ensandecidos que encontraram abrigo à porta de quartéis. O 8 de janeiro foi a tentativa desesperada de Bolsonaro de dar o golpe que preferiu assistir de longe.

Se Lula tivesse convocado o Exército para conter a fúria dos que invadiram o Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo, o poder estaria nas mãos dos generais que conspiram contra ele. Lula decretou intervenção no Distrito Federal, o Supremo afastou o governador Ibaneis Rocha, e o golpe perdeu força.

Não quer dizer que o perigo passou – ainda está longe disso. O país uniu-se em torno do novo governo, menos pelo governo e mais em defesa da democracia ameaçada. Algo como 93% dos brasileiros condenaram o golpe, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem. A impunidade não vingará desta vez. Sem anistia.

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