Em 2022, governo Bolsonaro usou quase todos os recursos da pasta para pagar Auxílio Brasil e auxílio-gás
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), integrante do Grupo de Trabalho sobre Desenvolvimento Social e Combate à Fome da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter feito um desmonte nas políticas públicas do Ministério da Cidadania.
Ela disse que houve um corte de 96% do orçamento da pasta para o ano que vem. A parlamentar destacou que os recursos do ministério eram quase todos empenhados em 2022 para o pagamento do Auxílio Brasil e do auxílio-gás. “Mais poderia se chamar de Ministério do Auxílio Brasil”, afirmou Tebet, em coletiva nesta quinta-feira, 1º.
Diante desse cenário, Tebet alertou que os R$ 80 bilhões de extrateto defendidos por alguns parlamentares frente à PEC da Transição apresentada no Congresso são insuficientes para cobrir o rombo de todos os ministérios.
“O que eu posso adiantar é o seguinte: que nós temos que fazer uma conta em relação às PECs paralelas. Vocês sabem da minha preocupação com responsabilidade fiscal, continua da mesma forma, eu não mudo de lado. Mas só no Ministério do Desenvolvimento Social nós precisamos de R$ 70 bilhões extrateto, isso é apenas para o Auxílio Brasil”, detalhou a senadora.
De acordo com a ex-ministra Márcia Lopes, o orçamento previsto para 2023 pela gestão Bolsonaro para o Ministério da Cidadania não cobre nem as contas do primeiro mês de mandato.
“A partir de janeiro do ano que vem, nós não teremos mais condições de atender os municípios, de atender a população brasileira, nem 10 dias, com 48 milhões de reais por 5.570 municípios desse país”, completou a ex-ministra.
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